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Intervenção de cidadão de nacionalidade brasileira que reside e trabalha em Braga, como motorista TVDE. (FOTO: RUM)
Elsa Moura

Regional 23.09.2023 15H53

Sobrelotação de casas em Braga denunciada na Assembleia Municipal por cidadão  

Escrito por Elsa Moura
Sobrelotação de habitações, construção de complexo privado em zona verde, árvores e ciclovias entre as denúncias de cidadãos na Assembleia Municipal de Braga desta sexta-feira.

A Assembleia Municipal de Braga, realizada na noite desta sexta-feira, voltou a ficar marcada por várias denúncias de cidadãos, nomeadamente a no que respeita às múltiplas situações de pessoas vindas de outros países e que não encontram casas ou quartos a preços acessíveis, sujeitando-se a quartos partilhados e sobrelotados em apartamentos de diferentes tipologias. O tema foi levantado por Luciano Landi, cidadão brasileiro a residire em Braga e trabalha como motorista da TVDE, onde diariamente escuta denúncias relacionadas com habitações sobrelotadas´.

"Como motorista, falo com pessoas e já há algum tempo tenho constatado a situação gravíssima no concelho, transversal a todas as freguesias. Estão a arrendar e sobrelotar imóveis de camas, nalguns casos colocadas até na cozinha", começou por explicar, recorrendo ao exemplo de um casal nepalês, com um filho recém-nascido, que terá alugado uma cama a 250 euros por mês, na Avenida da Liberdade, onde residem outros cidadãos. "Há até 30 pessoas a viverem num T3", alertou. Referindo que se tratam de casos sobrehumanos, apelou ao Município de Braga que "faça cumprir a lei", através de uma fiscalização que deverá envolver as próprias juntas de freguesia. 


Recorde-se que a própria Rádio Universitária do Minho já noticiou situações relacionadas com sobrelotação de espaços, assim como habitação ilegal em garagens e lojas de prédios da cidade.


Cidadã sugere polícia a orientar o trânsito nas horas de ponta nas imediações da Avenida da Liberdade, em obras


Das oito intervenções iniciais levantadas pelo público antes da discussão da ordem de trabalhos, uma delas referiu-se diretamente com as obras em curso na Avenida da Liberdade, iniciadas em junho passado. Mónica Lopes, cidadã e empresária naquela envolvente, denunciou a "confusão e imprevisibilidade" causadas pelas regras e os sinais que "mudam a cada dia", confundindo os automobilistas. "Muitos deles", avisa, "já nem respeitam a sinalização", incluindo a própria Polícia Municipal de Braga. 

A empresária, que descreveu várias situações a que tem assistido, sugeriu que seja colocado um polícia para orientar o trânsito nas horas de maior afluência. "Precisamos que nos facilitem a circulação na zona", apelou.


A gestão do arvoredo urbano também foi tema levantado pelo público. Pedro Pinheiro Augusto, presença regular nas assembleias municipai, acusou o município de "desrespeitar a lei" nesta matéria, referindo-se ao regulamento municipal de gestão de arvoredo urbano. Disse ainda que o município tem repetido "vários erros" nesta matéria, nomeadamente com o corte de árvores para a implantação de ciclovias, ou a danificação de raízes de árvores no decorrer de trabalhos de intervenção, nomeadamente em passeios, obrigando, posteriormente, ao abate por questões de segurança pública, ou doença da árvore, provocada por atos inapropriados.


Já Carlos Dobreira veio a terreiro denunciar as consequências de uma nova urbanização, em Palmeira, a poucos metros do Parque Industrial de Pitancinhos. Manifestou ainda solidariedade com os residentes na Rua Luís Soares Barbosa, e pediu à Assembleia que se desloque ao local para conhecer a realidade de quem ali vive.


A propósito da Semana Europeia da Mobilidade, Vítor Domingos, membro da Braga Ciclável, referiu-se ao assinalar do Dia Europeu Sem Carros, para recordar um prémio que o município de Braga recebeu em 2022 no âmbito das atividades promovidas ao longo daquela semana. Nesta matéria, o dirigente apelou a uma consequência das sucessivas semanas da mobilidade, assinalando a importância de promover atos concretos e diários que resultem numa disponibilização das condições adequadas para a utilização da bicicleta por parte de quem vive e trabalha em Braga. "As pessoas andariam de bicicleta em Braga se tivessem uma rede ciclável conectada", sublinhou. "O município tem-nos brindado com ciclovias que não se ligam entre si", disse, acrescentando a falta de uma intervenção em várias avenidas de Braga que resulte na disponibilização de vias cicláveis.


Ainda no que respeitou à intervenção inicial do público, o grupo de moradores da Rua Luís Soares Barbosa esteve na assembleia com o objetivo de voltar a denunciar a situação e sensibilizar os membros deste órgão para o que significará aquele novo equipamento.


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