Um diplomata da academia. António Cunha recorda o legado de Laborinho Lúcio na UMinho

O ex-reitor da Universidade do Minho e atual presidente da CCDR-N, António Cunha, reagiu à morte de Álvaro Laborinho Lúcio,  sublinhando o legado humano e académico do antigo presidente do Conselho Geral da UMinho, cargo que exerceu entre 2013 e 2017, após ter sido membro externo de 2009 a 2013. Em 2019, a universidade atribuiu-lhe o título de doutor honoris causa.

“É uma notícia chocante, que nos faz recordar a memória de grande gratidão que temos por esse vulto que foi o Laborinho Lúcio, um vulto de cultura, de humanismo e de pensamento sempre muito lúcido”, referiu o também docente da UMinho, em entrevista à RUM. Esta é, para António Cunha, uma “perda enorme para Portugal e também para o campo das letras e da literatura”. Lembra um “homem de grandes talentos e, sobretudo, de um humanismo e de uma sensatez enormes, que nos deixam a todos muito consternados.”

Sobre a ligação à academia, António Cunha destaca a capacidade de mediação de Laborinho Lúcio, que “era um diplomata, extremamente hábil a resolver as questões e as diferenças que a complexidade da vida académica sempre apresenta, e resolvia-as sempre com muita elevação, envolvendo naturalmente todas as pessoas.”

O ex-reitor lembra ainda a disponibilidade e a dimensão pedagógica do jurista: “tinha uma disponibilidade permanente e uma dimensão muito pedagógica com que explicava e colocava os assuntos, muito ancorada nos princípios da filosofia do direito e nas questões jurídicas.”

António Cunha lembra uma figura que fazia “tudo com grande humanidade e com um humor único, que por vezes resolvia situações difíceis”. “É muito difícil descrever um vulto tão rico e tão excecional, com o qual aprendi muito”, concluiu. 

Álvaro Laborinho Lúcio presidiu ao Conselho Geral da Universidade do Minho entre 2013 e 2017, depois de integrar o órgão como membro externo entre 2009 e 2013. Em 2019, a UMinho atribuiu-lhe o título de doutor honoris causa.

c/ Liliana Oliveira