Ucrânia aceita plano de paz dos EUA, avança a CBS News

A Ucrânia “concordou com o acordo de paz” proposto pelos Estados Unidos, avançou esta tarde a CBS News, citando fonte oficial da Casa Branca. O conselheiro nacional de segurança da Ucrânia confirmou esse mesmo entendimento num tweet partilhado no X com um apelo aos países europeus.
De acordo com a rede de televisão, foi alcançado um entendimento comum sobre o plano, com detalhes ainda a serem discutidos. O conselheiro nacional de segurança da Ucrânia, Rustem Umerov, disse à estação televisiva norte-americana que está otimista de que Zelensky poderá deslocar-se a Washington D.C. até ao fim de novembro para finalizar o acordo, ou seja, até domingo.
Entretanto, no X, Umerov agradeceu as “reuniões produtivas e construtivas realizadas em Genebra entre as delegações ucraniana e americana”, assim como “os esforços firmes do presidente Trump para pôr fim à guerra”. Acrescentou ainda que se chegou a “um entendimento comum sobre os termos essenciais do acordo” e apelou ao “apoio dos parceiros europeus nas próximas etapas”.
À CBS News um funcionário americano indicou que “ainda há alguns detalhes menores a serem acertados”. Sabe-se que o documento original de 28 pontos foi transformado numa versão muito mais curta, tendo deixado de fora algumas das partes essenciais que serão tratadas mais tarde num frente a frente entre Donald Trump e Zelensky. A informação está a ser avançada pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, como explica a correspondente da SIC, Iryna Shev.
Falta, contudo, a posição da Rússia a este entendimento. Na manhã desta terça-feira, em conferência de imprensa a partir de Abu Dhabi, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, afirmou que embora a Rússia “aprecie a posição dos EUA”, Moscovo “opera profissionalmente, sem fugas de informação antes dos acordos formais serem firmados”.
Lavrov deixou ainda uma mensagem aos EUA, para que informem a Rússia “sobre os resultados das conversações entre a Ucrânia e a Europa em breve”.
Ao mesmo tempo que surge esta notícia, aparentando fumo branco nas negociações para pôr termo à guerra, acontece uma reunião entre o secretário do Exército dos EUA, Dan Driscoll, em Abu Dhabi, com autoridades russas.
Estarão a ser discutidas as condições do acordo, em concreto desta versão mais curta, revista em Genebra, do documento original (discutido entre Trump e Putin).
Recorde-se que a União Europeia apresentou uma contraproposta a este acordo que seria mais favorável à Ucrânia, no entanto, a Rússia rejeitou as alterações europeias ao plano de paz de Trump porque não lhes “convém”.
No plano de paz de Trump, a Ucrânia compromete-se a não tentar recuperar militarmente os territórios ocupados, prevendo a cedência de vastas áreas de território a Moscovo, a redução do tamanho do exército ucraniano e o compromisso de Kiev de não aderir à NATO.
A perda de territórios é uma das linhas vermelhas para Zelensky pelo que este poderá ter sido um dos pontos a discutir mais tarde.
SIC Notícias
