Theatro Circo revisita a obra de Margarida Cordeiro e António Reis

O Lucky Star – Cineclube de Braga vai realizar uma retrospetiva dedicada a Margarida Cordeiro e António Reis durante o mês de agosto. A partir desta segunda-feira, 5 de agosto, as obras dos dois autores de Trás-os-Montes vão invadir o Theatro Circo. As sessões especiais decorrem sempre às 21h30.

Na primeira sessão, são apresentadas as três curtas-metragens produzidas pela dupla. ‘Jaime’, de 1974, abre a programação para contar a história do pintor Jaime Fernandes, reconhecido como um dos nomes mais marcantes da arte bruta portuguesa. A história apresenta a vida do artista, enquanto estava internado num hospital psiquiátrico com esquizofrenia.

A seguir, é exibido ‘Painéis do Porto’, de 1964, que é um ensaio visual sobre a cidade, com sequências filmadas entre a Ribeira e a Baixa. A curta traz leituras de poemas de Vasco de Lima Couto, Egito Gonçalves, Rosália de Castro, Pedro Homem de Mello, Fernando Pessoa, e do próprio António Reis, autor do filme.

Para fechar o primeiro dia da programação especial, ‘Do Céu ao Rio’, também de 1964, traz a segunda curta-metragem realizada por António Reis em parceria com o produtor César Guerra Leal. A obra revela vários aspetos da construção da rede de barragens dessa bacia hidrográfica e é narrada por Fernando Pessoa.

Na semana seguinte, dia 12, a longa-metragem a cores e 16mm ‘Trás-os-Montes’, obra da dupla, invade o espaço bracarense. Filmado durante 70 dias úteis, em três fases, a partir de setembro de 1974, os realizadores percorreram um percurso de dez mil quilómetros e gastaram dez meses na respetiva montagem. A interpretação pertence aos habitantes dos perímetros de Bragança e Miranda do Douro.

‘Ana’ é a proposta para a terceira semana de sessões dedicadas aos diretores, no dia 19. Em cena, três gerações de uma família transmontana: uma avó, Ana, um filho antropólogo que vive na cidade e passa férias na aldeia, e duas crianças, neto e neta, também Ana. Filmado com a família de Margarida Cordeiro e António Reis, o filme é dominado pela figura da mãe e avó que lhe dá o nome, e começa num dia “em que a neve e o vento eram mais puros”.

A 26 de agosto, ‘Rosa de Areia’ fecha a programação especial e leva à cena um elenco de atores não-profissionais dos concelhos de Vimioso e de Mogadouro, na pele de personagens em cujas palavras e gestos se expõe a condição humana. De 1989, a terceira e última longa metragem de Margarida Cordeiro e António Reis utiliza textos do Atharvaveda, de Carl Sagan, Franz Kafka, Michel de Montaigne, Rainer Maria Rilke e Saint-John Perse, bem como um conto zen, um texto jurídico medieval e escritos da própria Margarida Cordeiro.

*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Vanessa Batista

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