Rússia avisa que envio de caças F-16 à Ucrânia vai provocar “escalada do conflito” 

A Rússia condenou esta segunda-feira a decisão dos Países Baixos e da Dinamarca de enviar caças F-16 para a Ucrânia, advertindo que a medida irá provocar “uma escalada do conflito”. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros vê o envio de F-16 para Kiev como uma ameaça nuclear.

“O facto de a Dinamarca ter decidido agora doar 19 aeronaves F-16 para a Ucrânia leva a uma escalada do conflito”, disse o embaixador russo Vladimir Barbin em comunicado citado pela agência de notícias Ritzau.

“Ao esconder-se atrás de uma premissa de que a própria Ucrânia deve determinar as condições para a paz, a Dinamarca procura com suas ações e palavras deixar a Ucrânia sem outra escolha a não ser continuar o confronto militar com a Rússia”, acrescentou.

A Rússia reage assim ao anúncio feito no domingo pelos Países Baixos e Dinamarca sobre o envio de caças F-16 para a Ucrânia – um desejo há muito ansiado pelo presidente ucraniano.

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, também já alertou que Moscovo considera o envio de F-16 para a Ucrânia como uma ameaça nuclear, uma vez que estas aeronaves têm capacidade para transportar armas atómicas.

Face ao receio de uma escalada do conflito, o ministro da Defesa da Dinamarca esclareceu esta segunda-feira que a Ucrânia só poderá utilizar os F-16 dentro do seu próprio território.

“Doamos armas com a condição de que sejam usadas para expulsar o inimigo do território da Ucrânia. E não mais do que isso”, disse Ellemann-Jensen.

“Estas são as condições, sejam tanques, aviões de combate ou qualquer outra coisa”, acrescentou.

Os Países Baixos e a Dinamarca esclarecem também, no domingo, que a transferência das aeronaves só será feita quando determinadas condições forem cumpridas, em particular o treino dos pilotos e engenheiros e a criação de infraestruturas na Ucrânia para estes aviões.A formação, dada por uma coligação de 11 países, deverá começar este mês e as autoridades estimam que os pilotos ucranianos estejam prontos a pilotar os aviões F-16 no início de 2024.

Apesar disso, o presidente ucraniano, que está agora na Dinamarca depois de uma visita aos Países Baixos no domingo, enalteceu o acordo “histórico”, afirmando que as aeronaves ajudarão a fortalecer a contraofensiva ucraniana e a proteger o povo ucraniano do “terror russo”.

“Os F-16 inspirarão uma nova confiança e motivação para os combatentes e cidadãos comuns. Eles produzirão novos resultados para a Ucrânia e para o resto da Europa”, escreveu Volodymyr Zelensky na rede social X, anteriormente conhecida por Twitter.

A Dinamarca anunciou que irá enviar 19 jatos no total, com os seis primeiros a serem enviados pela altura do final do ano. Outros oito serão enviados em 2024 e cinco em 2025. Os Países Baixos, por sua vez, têm 42 F-16 disponíveis, mas ainda não decidiu se serão todos transferidos para Kiev.

Zelensky avançou, porém, nas redes socias que serão 42 os aviões enviados para a Ucrânia.

O anúncio dos Países Baixos e da Dinamarca chegou dois dias depois de os Estados Unidos terem aprovado igualmente o envio de caças F-16 para a Ucrânia. Washington também alertou que a luz verde não significa uma entrega imediata dos aviões, dada a necessidade de formação de pilotos ucranianos.

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Redação
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