PS Braga acusa Catarina Miranda de “desvio claro” e critica executivo de João Rodrigues

A Concelhia de Braga do Partido Socialista reagiu duramente à decisão da vereadora Catarina Miranda, eleita pela coligação ‘Somos Braga’ (PS/PAN), de aceitar pelouros no novo executivo liderado por João Rodrigues. Em comunicado, os socialistas falam num “desenquadramento político evidente” e numa “leitura profundamente errada” da lealdade devida aos eleitores.
Para o PS Braga, a integração de Catarina Miranda no executivo da coligação “Juntos por Braga” representa uma quebra de compromisso perante os “mais de 26 mil bracarenses” que votaram no projeto socialista. Embora reconheça que o mandato autárquico tem natureza individual, o partido defende que este “assenta numa representação coletiva” e num programa sufragado nas urnas, pelo que a aceitação de um convite externo constitui, “de forma inquestionável, um desvio claro dessa responsabilidade” ética e moral.
No documento enviado à RUM, o Presidente da Concelhia socialista sublinha que esta decisão individual “não altera a realidade essencial” das eleições: o PS ficou a cerca de 200 votos de vencer a Câmara e detém a maioria das Juntas de Freguesia, confirmando-se como uma força política central no concelho.
Críticas à gestão de João Rodrigues
Os socialistas apontam também baterias ao autarca bracarense, uma vez que o PS “nunca foi contactado” formalmente desde a tomada de posse para discutir soluções de governabilidade. O comunicado classifica a abordagem de João Rodrigues, de negociar individualmente com eleitos em vez de dialogar com as forças políticas, como uma “argumentação frágil” e “deselegante do ponto de vista democrático”. “O combate político partidário não se deve sobrepor à responsabilidade de apresentar uma solução sólida”, lê-se no documento, onde o PS acusa a coligação de direita de tentar “diminuir e atacar o PS” através destas manobras de bastidores.
Apesar das críticas, o Partido Socialista garante que fará uma oposição “firme, exigente e responsável”, rejeitando qualquer atitude movida por “sentimento de revanche”. O partido promete ser “positivo e construtivo”, apresentando propostas alternativas para o concelho e honrando o mandato conferido pelos eleitores, numa postura de escrutínio que considera essencial para uma “governação transparente”.
Já em declarações à RUM posteriores ao envio deste mesmo comunicado, Pedro Sousa disse “não esperar nada” de Catarina Miranda, acusando-a de “à primeira curva entender percorrer um caminho que rasga a lógica de representação atribuída coletivamente”.
O socialista critica a postura de João Rodrigues nas negociações, antecipando que “mais à frente” o presidente vai evidenciar um papel de vítima e acusar a oposição de uma postura de “bloqueio” quando o mesmo “optou por não ter uma solução estável na governação”.
*Notícia atualizada às 18h10
