‘O que fazemos com isto?’ reflete sobre heranças coloniais e os seus impactos

Refletir sobre as heranças coloniais e os seus impactos no presente. Este é o objetivo do ciclo ‘O que fazemos com isto? – Pensar questões coloniais’, que o gnration, em Braga, acolhe entre esta quinta e sexta-feira.
O projeto reuniu, desde 2024, jovens com ligação a Braga e a países de língua oficial portuguesa num percurso de encontros com artistas, investigadores, pensadores e ativistas. O diretor artístico, Hugo Cruz, sublinha que o projeto pretende “à sua escala, desconstruir a ideia de que estas questões (do colonialismo) estão resolvidas”. “O colonialismo continua a existir, se calhar com outros formatos, nunca é demais, e esse é o objetivo deste projeto”, refere.
Para o responsável, o “lado mais invisível deste projeto”, que considera o mais importante, “é que há um grupo de jovens, neste momento em Braga, com mais consciência e um pensamento coletivo e de grupo relativamente a estas questões, para poderem continuar, em Braga, a dar sequência a este trabalho”.
A programação no gnration arranca às 16h00, na quinta-feira, com uma visita guiada, que pretende desbravar impérios ‘num passeio pelas malhas coloniais em braga’, orientada pelo Chisoka Simões. No dia seguinte, às 10h30, realiza-se a primeira roda de conhecimentos, com o mote ‘outras histórias, outros futuros. memórias coloniais e desafios decoloniais’, segue-se pelas 14h00, outra conferência com o mote ‘o que estamos a fazer com isto? e o que, ainda, falta fazer’.
No segundo momento da tarde, decorre a síntese do dia ‘começo, meio e começo’, com intervenção reflexo-ativa com Gessica Correia Borges. Às 18h00, tem a apresentação do livro ‘Tudo isto é futuro’, seguido da inauguração da instalação ‘Neo – Drapetomania’, de Diogo Gazella Carvalho e Brenda Souza, que fica patente até 29 de novembro.
O espetáculo ‘Peça-Con(ser)to’ fecha a programação, com “uma componente musical muito forte, que parte exatamente das conversas e contos” dos jovens que participaram da iniciativa, pela 21h30. “Foi um projeto pensado e desenhado para abordar os aspetos relacionados com o colonialismo que continuam ainda aí as suas consequências muito presentes”, remata.
