Nobel da Paz vai para Narges Mohammadi

Narges Mohammadi foi distinguida esta sexta-feira com o Prémio Nobel da Paz pela sua “luta contra a opressão de mulheres no Irão” e na “promoção dos direitos humanos e liberdade para todos”. Este é a quinta e última distinção presente no testamento de Alfred Nobel e tem como objetivo premiar pessoas e instituições que promovam a paz a nível mundial.
A ativista tem vindo a promover a liberdade de expressão no Irão e o direito à independência que lhe trouxe “um custo pessoal tremendo”. Narges Mohammadi foi detida 13 vezes, tendo sido condenada cinco vezes. Recebeu uma pena de 31 anos de prisão – que está atualmente a cumprir – e 154 chicotadas.
Este prémio reconhece ainda as “centenas de milhares de pessoas que, no ano anterior, se manifestaram contra as políticas de discriminação e opressão contra as mulheres do regime teocrático do Irão”, avança ainda o Comité Nobel Norueguês.
A morte de Mahsa Jina Amini, uma jovem iraniana que morreu sob custódia da chamada “polícia da moralidade” por alegadamente usar de forma incorreta o hijab, originou uma onda de protestos, que se tornaram nas “maiores manifestações contra o regime teocrático iraniano, desde que este subiu ao poder em 1979”. Mais de 500 manifestantes forma mortos durante os protestos, milhares ficaram feridos.
Em 2022, os vencedores foram o ativista bielorrusso Ales Bialiatski, a organizações de defesa dos direitos humanos Memorial (Rússia) e o Centro para as Liberdades Civis (Ucrânia). A organização destacou o trabalho dos três laureados na “promoção do direito à crítica do poder e a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos”.
Este é o quinto e penúltimo Nobel a ser anunciado. Durante a semana foram já conhecidos os Nobel da Fisiologia e Medicina, da Física, da Química e da Literatura. Na próxima segunda-feira será anunciado o da Economia (o único que não faz parte do testamento de Alfred Nobel).
Na Fisiologia e Medicina foram distinguidos Katalin Karikó e Drew Weissman pelo trabalho desenvolvido com RNA mensageiro. Já na Física o prémio foi para os investigadores Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L’Huillier que conseguiram criar “pulsos de luz de attossegundos”. Na área da Química Química, Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov receberam esta distinção pela “descoberta e síntese dos pontos quânticos”.
Na quinta-feira foi anunciado que o Prémio Nobel da Literatura seria entregue ao escritor norueguês Jon Fosse pela suas “peças inovadoras e prosa que dão voz ao indizível”.
O último dos Prémios Nobel será anunciado na próxima segunda-feira (9 de outubro).
