Cultura 30.12.2023 16H27
UMinho homenageia musicóloga e ativista Francine Benoît
O Edifício dos Congregados acolhe uma exposição dedicada à musicóloga, compositora e professora.
O Edifício dos Congregados da Universidade do Minho (UMinho) tem patente, até 10 de janeiro, a exposição ‘Crítica musical de Francine Benoît’. A mostra, dedicada à luso-francesa que marcou a cultura musical e o ativismo no Portugal do século XX, reúne crónicas na imprensa que Benoît escreveu nas décadas de 1920/1930.
Promovida pelo Departamento de Música da UMinho, a iniciativa integra o projeto internacional ‘Musical Bounce Back’, que promove o papel das mulheres na música e em novas pedagogias. A musicóloga, compositora e professora Francine Benoît (1894-1990) nasceu em França e fixou-se em Lisboa aos 12 anos.
Aos microfones da RUM, o professor Pedro Junqueira Maia, um dos docentes responsáveis pela iniciativa, destaca que, "só no ‘Diário de Lisboa’ a musicóloga teve mais de 500 artigos publicados". "Foi uma musicóloga e compositora de grande prestígio e o que nos interessou bastante foi a crítica musical de alta qualidade que elaborou para a imprensa portuguesa", salienta.
Além de manuscritos e partituras, a exposição conta com textos datilografados para conferências, apontamentos pessoais, entrevistas e livros. "Em exposição estará, por exemplo, um programa original de uma crítica que Benoît fez à pianista portuguesa Maria João Pires", revela. Na ótica do professor, a mostra comprova como Francine Benoît "marcou a cultura e o feminismo no país", realçando que, "naquela altura, o mundo era dominado por homens".
Além disso, no dia 4 de janeiro, pelas 17h30, o Edifício dos Congregados acolhe uma palestra dedicada a Francine Benoît pela investigadora Helena Lopes Braga, da Universidade Nova de Lisboa. No final, o programa contará ainda com um momento musical com canções da musicóloga protagonizado pelas alunas Sandra Azevedo, na voz, e Maria João Gomes, no piano.
A entrada nas iniciativas é gratuita.