Academia 13.12.2024 11H22
UMinho vai requalificar edifício da ELACH em 2025
Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas vai avançar com dois novos mestrados: Língua e Ciências da Linguagem e Literatura e Cultura.
O edifício que acolhe a Escola de Letras Artes e Ciências Humanas (ELACH) da Universidade do Minho vai ser requalificado, no próximo ano.
O anúncio foi feito esta quinta-feira, na cerimónia do 49.º aniversário da ELACH, pelo reitor.
Rui Vieira de Castro visitou, recentemente, as instalações desta unidade orgânica, que “está, desde o início do campus, instalada num edifício que poucas obras de beneficiação recebeu”. Nesse sentido, “a Universidade está disponível para apoiar uma intervenção”. “Estão a decorrer obras de renovação que a Escola tem promovido nos seus espaços interiores, mas há uma preocupação justa com o exterior do edifício e teremos ocasião de ter uma intervenção semelhante às que já fizemos em outros edifícios”, acrescentou o reitor, dando a garantia de que a empreitada arranca no próximo ano.
A degradação das instalações foi, de resto, uma das reivindicações do presidente da ELACH, João Rosas. “As obras são também necessárias nos Congregados e faltam equipamentos para a licenciatura em Teatro”, acrescentou.
O reitor lembra que “foi iniciada uma intervenção nos Congregados, que é um edifício histórico, nomeadamente no antigo ginásio, para o tornar um espaço de estúdio de ensaio”. No entanto, segundo o responsável, “algumas intervenções vão ter que ser refeitas, porque se percebeu que o que estava a ser feito não era compatível com as regras que intervenções naquele tipo de espaço têm que respeitar”. “Ainda assim, estão alocadas verbas para a intervenção nesse espaço, mas não vai poder ser uma intervenção de fundo em todo o edifício, porque não há condições financeiras para isso”, explicou.
João Rosas afirmou também, no seu discurso, que “o novo modelo orçamental distingue as Unidades Orgânicas”. “As áreas mais fundamentais, como letras e ciências, são áreas menos profissionalizantes e, quando olhamos para os números do orçamento, aparecem não tão bem colocadas como as áreas mais tecnológicas ou profissionalizantes, sendo que mesmo essas áreas precisam das ciências e das letras”, atirou o presidente da ELACH. O professor recorda que “temos a ganhar em pensar a universidade como um todo” e, por isso, “o orçamento ao dividir as escolas não as deve dividir de facto, deve ser um incentivo a que elas cooperam”.
Na resposta, Rui Vieira de Castro referiu que a Universidade tem que “cuidar de todas as Unidades Orgânicas” e que é necessário “equilíbrio orçamental para não ter o projeto em risco”. “É preciso fazer operar o princípio de solidariedade e coesão, que reconhece que as Unidades Orgânicas têm diferentes capacidades de arrecadação de recursos financeiros”, disse Rui Vieira de Castro, acrescentando que é necessário que “seja percetível qual é a expressão da solidariedade que está a ser pedida a certas escolas em função de outras”.
ELACH avança com dois novos mestrados
João Rosas abordou ainda as dificuldades da Escola ao nível da internacionalização, nomeadamente no intercambio de docentes e estudantes, da burocracia e da preparação do ano letivo.
Em sentido inverso, o reitor desafiou a ELACH a “repensar a oferta formativa do 2.º ciclo”. “Não temos condições para manter em funcionamento cursos de pós-graduação com três ou quatro estudantes”, atirou Rui Vieira de Castro. Para João Rosas, “muita da formação da ELACH é de nicho, especializada e pensada para quem quer desenvolver investigação”. “Estamos a desenvolver um programa que vai levar à simplificação dessa oferta, com aglutinação de grandes áreas em dois cursos de mestrado: Língua e Ciências da Linguagem e Literatura e Cultura”, adiantou. O presidente da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas considera que, assim, será possível “revitalizar a oferta”, ainda que acredite que há áreas que continuam a ser atrativas, como é o caso do curso de Tradução, Humanidades Digital e Português Língua Estrangeira, “que tem imensa procura”.
A ELACH pretende dar “continuidade de áreas mais académicas e menos profissionalizantes, mas que considera importante preservar, porque fazem parte da missão da Escola”.
Na sessão que assinalou os 49 anos da ELACH, foram evocados os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões.