Academia 28.10.2025 15H40
UMinho vai criar laboratório para ajudar a combater a resistência aos antibióticos
O projeto, que deve ficar pronto em 2026, visa a produção de Fagos Terapêuticos, considerada uma abordagem promissora no combate a infeções bacterianas resistentes.
A Universidade do Minho (UMinho) anunciou a criação de um Laboratório de Produção de Fagos Terapêuticos. O projeto, que deve ficar pronto em 2026, surge da necessidade de soluções inovadoras para enfrentar a crise global da resistência aos antibióticos.
Aos microfones da RUM, o diretor do Centro de Engenharia Biológica da Escola de Engenharia da UMinho, Nuno Cerca, ressalta que este equipamento é uma “solução inovadora” e que vai ser apenas o segundo na Europa, atrás apenas da Bélgica. O responsável aponta que a Universidade já conta com “um grupo de investigação de fagos”, o que faz da UMinho “líder a nível nacional”. “Esta iniciativa é muito importante, que é uma forma da Universidade do Minho conseguir retribuir para a comunidade e transferir o nosso conhecimento científico para um tratamento específico, que pode salvar vidas destas pessoas”, sublinha.
Esta terapia surge como uma alternativa emergente, que tem vindo a ganhar relevância como uma abordagem promissora no combate a infeções bacterianas resistentes. Segundo Nuno Cerca, “não há alternativa neste momento”, “ou "curam-se por si mesmas, porque os antibióticos não funcionam, ou então têm de ser estas soluções”.
Portugal, recorda o responsável, aprovou em 2024 o uso desta terapia em humanos. O processo, explica, parte de uma análise da parte da investigação, através da recolha de amostras de um paciente específico, em que é possível “isolar quais são os micro-organismos que estão a causar a infeção”. Este vírus, segundo Nuno Cerca, “destroem as bactérias sem causar nenhum mal nenhum ao ser humano”.
A criação deste laboratório reforça o compromisso da Universidade do Minho com a inovação científica, sublinha Nuno Cerca. Apesar de o serviço atualmente ser realizado no Hospital de Gaia, numa parceria entre a UMinho e o Queen Astrid Military Hospital, em Bruxelas, é necessário enviar cada amostra para a Bélgica. “Portanto, a partir do momento em que temos as instalações na Universidade de Minho, vamos conseguir poupar ao erário público 4 mil euros em transportes, por cada tratamento”, afirma.
A previsão é que o Laboratório esteja funcional “no primeiro semestre de 2026”, necessitando depois da “certificação da autoridade de saúde (Infarmed)”.