Academia 06.06.2025 18H46
UMinho prepara projeto para requalificação profunda da BPB e espera verba do PRR
Vice-reitora para a Cultura e Território, Joana Aguiar e Silva, a intervenção neste edifício “é urgente e obrigatória”.
A Universidade do Minho está a ultimar o projeto de requalificação da Biblioteca Pública de Braga (BPB), com o objetivo de conseguir verba suficiente na reprogramação do PRR prevista para este mês.
Fundada em 1841, a BPB é uma das bibliotecas públicas mais antigas de Portugal e a última grande requalificação data de 1930-1934.
Segundo a vice-reitora para a Cultura e Território, Joana Aguiar e Silva, a intervenção neste edifício “é urgente e obrigatória”, dada a importância que assume para a cidade, a região e o país.
“Andamos a trabalhar no projeto, contratamos mais um arquiteto para ajudar, porque estamos a falar de um dos espaços mais extraordinários da cidade de Braga, em termos patrimoniais e arquitetónicos, e tem que ter outra visibilidade, outra dinamização e tem que permitir outra interação com os diversos públicos”, afirmou a responsável.
A BPB acolhe “o depósito legal”, ou seja, “tudo que é publicado em Portugal, há um exemplar que vem para a biblioteca”. “É um privilégio, constitui um enriquecimento enorme dos nossos fundos bibliográficos, mas também é um peso muito grande, no sentido de acolher, preservar, tratar e catalogar todo esse material”, denotou Joana Aguiar e Silva.
O objetivo, acrescentou, “é agilizar o percurso do depósito legal com um percurso de visitação e com a própria disponibilização de todos os fundos aos utentes”. A requalificação pretende ainda disponibilizar “uma sala de leitura e melhorar as acessibilidades, que é sempre um problema num edifício histórico e classificado”. “Qualquer intervenção neste edifício carece das autorizações do Instituto do Património. A ideia é requalificar o espaço interior, eventualmente o espaço exterior poderá vir a sofrer alterações também. A necessidade de um monte de cargas é sentida desde há muito tempo, porque neste momento os funcionários transportam livros mecanicamente para os depósitos, escada acima, escada abaixo”, fez saber a vice-reitora.
A UMinho ambiciona uma “intervenção de fundo”, consciente de que os orçamentos disparam. Por isso, está em cima da mesa a possibilidade de avançar de forma faseada.
UMinho pondera cobrar entrada na BPB aos turistas para financiar obras
Embora a solução não agrade a Joana Aguiar e Silva, há a possibilidade de o investimento necessário para realizar as obras implique o turismo, ou seja, cobrar uma entrada aos turistas que pretendam visitar a Biblioteca.
“É uma coisa que a mim me incomoda um pouco, confesso, a de associar a necessidade de fazermos investimento no património através do turismo, mas também é importante. Há aqui um potencial turístico muito grande. Se é essa a via para explorarmos as possibilidades de financiamento das intervenções que queremos ver acontecer na biblioteca, assim seja”, afirmou. A responsável pela pasta da Cultura na reitoria reconhece que “estes espaços representam um potencial turístico muito grande” e em causa está “a valorização do património, da cultura, da identidade, e da história, e, sem dúvida alguma, também há um potencial económico pela via do turismo”.