A Universidade do Minho (UMinho) e o Grupo Casais lançaram a primeira Cátedra Não Académica em Portugal, ‘Construção na Era Digital’, um marco pioneiro no setor da construção.

O projeto é financiado pelo FCT Tenure e será desenvolvido pelo Lab2PT e pela Escola de Arquitetura, Arte e Design da UMinho.

“Esta cátedra requer para ser concretizada a colaboração entre uma instituição produtora de conhecimento, como é a Universidade, e entidades, no caso do setor empresarial”, começou por explicar o reitor Rui Vieira de Castro, denotando o esforço financeiro efetuado pela empresa, que aposta “num investigador profissional, que possa desenvolver um determinado programa que seja cientificamente relevante e gere resultados passíveis de apropriação pela empresa”.

O responsável sublinhou ainda a importância destas parcerias, no sentido de permitir “a interação entre a universidade, a sociedade e economia”. “Gostaria que esta cátedra fosse exemplar e desejo que se possa multiplicar com outras unidades de investigação nossas, com outras empresas, ou ainda e sempre com a Casais”, acrescentou.

António Carlos Rodrigues, CEO do grupo Casais, considera que esta é uma oportunidade para “ajudar a alavancar aquilo que a indústria precisa”, nomeadamente “maior digitalização, industrialização e regeneração”. O setor ultrapassa já algumas dificuldades, nomeadamente na atração de jovens talentos, mas também “a dificuldade em manter preço, qualidade e prazo”. A transformação do setor é, agora, “inevitável”, referiu ainda o empresário.

António Carlos Rodrigues reconhece que a Casais “nasceu e cresceu com a engenharia da Universidade do Minho, assim como muitas empresas da cidade”, por isso, este é “mais um passo, porque há muitos anos que se fala da importância do desenvolvimento e investigação que é feito no mundo académico e de aumentar as pontes com a indústria”. “Este é o primeiro de muitos projetos e espero que venha a dar muitos frutos”, finalizou.

Segundo Paulo Cruz, presidente da EAAD, os estudantes formados nestas áreas na UMinho têm “trabalhado em fabricação aditiva, impressão 3D e introdução da robotização da construção”. Por isso, diz fazer “todo o sentido” que a Escola se associe “a uma empresa que também está muito empenhada nessa agenda digital” e que já tem “experiência na industrialização da construção e construção modular”. “Queremos fabricar mais rápido, com menos desperdício, de forma mais racional”, referiu ainda o docente.

O mestrado integrado em Arquitetura “foi reformulado e as unidades curriculares estão ligadas ao desenho digital e à construção automática” e, nesse sentido, há vários “estudantes a poder trabalhar estes temas e a fazer dissertações de mestrado e doutoramento, até porque muitos já estão a trabalhar em empresas como a Casais em questões ligadas com BIM e modelos de automatização do projeto”.

A cátedra "Construção na Era Digital” foca-se em tecnologias emergentes como robótica, modularização e integração com modelos BIM. É uma parceria entre a ciência e a indústria, que promete redefinir a forma como se constrói o futuro.