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Fotografia: Marcelo Hermsdorf/RUM
Tiago Barquinha

Regional 15.02.2024 17H23

ULS Braga quer todos os cidadãos com médico de família até junho

Escrito por Tiago Barquinha
Combater as listas de espera, centralizar os sistemas de informação e criar a app do utente são outros dos objetivos.
As declarações do presidente do conselho de administração, Domingos Sousa, e do presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Xavier Barreto.

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A Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga tem 2.000 utentes sem médico de família. A informação foi avançada pelo presidente do conselho de administração da estrutura, que apontou o objetivo de atribuir profissionais aos cidadãos em falta até junho.


No debate 'A ULS de Braga: integração, proximidade e futuro', inserido no Dia do Colaborador, realizado, esta quinta-feira, no Hospital de Braga, Domingos Sousa referiu que se trata de “um valor residual”, sendo possível concretizar essa meta “a curto-prazo”.


Outra das ideias passa por combater as listas de espera, através do reforço de parcerias com os setores social e privado. Em “negociação” está “o aumento do número de salas e blocos no exterior, ao nível da cirurgia, consulta, imagem e diagnóstico”. “Temos procedimentos em curso para aumentar a capacidade de TAC, ecografias e ressonâncias”, adianta.


Em funcionamento desde janeiro, a ULS aglutina o Hospital de Braga e os agrupamentos de centros de saúde Cávado 1 e 2. Nesse sentido, aponta, é “crucial” uniformizar os sistemas de informação utilizados, para que se evitem “redundâncias”, como a duplicação de exames.


No campo da transição digital emerge ainda a criação da app do utente, “fundamental” para que os cidadãos possam ter concentrados os dados que lhes digam respeito e sejam “parceiros ativos”. De acordo com o presidente do conselho de administração da ULS Braga, “muitas reclamações devem-se ao facto de os utentes não conseguirem entrar em contacto com o hospital”.


Para resolver o problema, frisa, será estruturada uma central telefónica, à imagem do que já foi feito nos centros de saúde, que permitiu atingir uma eficácia de “100% no número de chamadas devolvidas”. “Temos de ser muito melhores na comunicação com o utente”, admite.



ULS de Braga gere mais de 400 milhões de euros


Em 2024, a unidade tem à disposição um orçamento de 400,4 milhões de euros. Domingos Sousa lembra que, até agora, o modelo de financiamento dos centros de saúde era baseado no desempenho e nos hospitais relacionava-se com a produção.


Com este novo sistema, o valor atribuído através do Orçamento do Estado resulta de “um quadro mínimo de produção para os dois níveis de cuidados” e através de “um mapa de desempenho”. “Este mapa tem que ver com indicadores de saúde que possam acrescentar valor à instituição e, nomeadamente, melhorar o serviço dos utentes”, refere, assinalando que os incentivos de desempenho simbolizam 3% do valor total.


O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares também esteve presente no debate. Numa análise mais abstrata e crítica, Xavier Barreto considera que a avaliação de desempenho dos trabalhadores da administração pública baseia-se num “modelo muito pobre”. 


No seu entender, “não avalia adequadamente as pessoas, não tem os indicadores corretos nem incentivos associados a esses indicadores”. “Como está implementada”, argumenta, “não serve”. “Tanto vale ser um bom trabalhador como um trabalhador médio ou um mau trabalhador. É preciso estar dez anos, muitas vezes, tendo sempre uma boa avaliação, para conseguir subir um nível, que corresponde ao uma subida salarial de 40 ou 50 euros, que é absolutamente insignificante”, refere.

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