O concelho de Terras de Bouro terá uma biblioteca municipal "proximamente". O compromisso foi deixado pela ministra da cultura, numa visita de trabalho àquele território. 

Terras de Bouro, Marvão, Calheta, Vila Viçosa e Aljezur são os concelhos portugueses sem biblioteca municipal.

Dalila Rodrigues afirmou que "provavelmente [Terras de Bouro] é o único município que implicará uma construção de raiz", o que significa que será necessário "arranjar o financiamento adequado para cumprir esse objetivo", lembrando que esta medida não foi aprovada pelo governo, mas "está implícita" também com o compromisso do primeiro ministro. Nos restantes já estarão identificados equipamentos que podem ser adaptados para esta valência.

A ministra da cultura realizou em Terras de Bouro a primeira de 22 reuniões com autarcas de todo o território através das Comunidades Intermunicipais. Este arranque aconteceu, precisamente, com os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Cávado. 

O objetivo é "ouvir os presidentes no que respeita à vida cultural das comunidades que representam" e, em simultâneo, o ministério da cultura "propor um conjunto de medidas a concretizar em parceria com os municípios". "É a partir do Cávado que mapearemos e percorreremos todo o país", atirou.

Ministra da Cultura propõe que bibliotecas municipais se transformem em unidades culturais de território

O governo pretende que "a partir das bibliotecas e dos seus ricos acervos" sejam criadas "dinâmicas de cultura que vão da valorização da leitura e do livro, à presença de escritores, autores e professores, mas também à criação de novos programas de atividade cultural que vão das artes plásticas às artes performativas, tendo a biblioteca como unidade cultural".

Entre as propostas constam a presença de autores portugueses de forma rotativa num programa intitulado "Um escritor por mês na minha biblioteca", e inclui também os cinco municípios onde a biblioteca ainda não existe.

Já o tema Camões será uma referência com a presença de professores de literatura e especialistas na área camoniana.

A ministra elogiou a dinâmica cultural de muitas bibliotecas, mas sustentou que o ministério quer "estar presente com medidas concretas". Realçou ainda que "o país está muito para além do eixo litoral e Lisboa e Porto, confessando-se uma defensora da "valorização do património cultural por forma a que a criação contemporânea tenha na interação com o passado uma estrutura de continuidade e de afirmação".