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Fonte: SC Braga
Tiago Barquinha

Desporto 12.08.2020 21H30

"Ser treinador de guarda-redes foi sempre o meu desejo e não ambiciono outro cargo" [parte III]

Escrito por Tiago Barquinha
Duas semanas depois do ponto final na carreira, Eduardo fala da nova experiência ao serviço do Sporting de Braga.
A terceira parte da entrevista a Eduardo.

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Eduardo está a caminho da 13ª época com as cores do Sporting de Braga. Não é um percurso linear, visto que foi interrompido por duas vezes, mas o antigo atleta, que terminou a carreira esta época, pretende agora fixar-se como treinador de guarda-redes do clube minhoto. 


Na terceira e última parte da entrevista - a primeira e a segunda são focadas no percurso como jogador -, Eduardo fala das razões que o levaram a pendurar as luvas mais cedo em relação ao estava inicialmente previso e da despedida atípica dos relvados: no banco e sem a presença de público.



RUM: Passaram duas semanas desde a despedida dos relvados e do momento em que assumiu um novo cargo ao serviço do Sporting de Braga. Como tem sido essa transição?


Eduardo: Acho que ainda não estou bem habituado porque não começaram os treinos. É obvio que já há uma preparação tendo em conta aquilo que vai ser a nossa época e já vou sentindo as diferenças. Não é fácil assimilar, já que é tudo muito recente. Foi uma decisão tomada em pouco tempo. É uma nova fase da vida, em que me sinto motivado, e é mais um desafio a juntar àqueles que fui tendo ao longo da carreira. Acima de tudo, é mais uma oportunidade de continuar a servir o meu clube, com uma coisa que queria fazer no futuro. Antecipou-se um pouco, mas estou feliz por estar neste projecto.



Na sua despedida, o Sporting de Braga garante o terceiro lugar e, consequentemente, o apuramento para a fase de grupos da Liga Europa. No entanto, o Eduardo acaba por não jogar a última partida. Sente alguma mágoa por não ter feito a despedida nos relvados ou a importância do colectivo acaba por ultrapassar essa questão mais individual?


Há uma coisa que sempre fiz e que tive presente, que é o facto de a equipa estar sempre acima de qualquer individualidade. Naquele caso era o Matheus que estava a jogar e não fazia sentido que o mister entendesse que era eu que devia jogar só porque era o fim da carreira. O mais importante é a equipa e os objectivos do clube. Terminamos da melhor forma possível. Atingimos um objectivo fantástico e super importante para o clube.


A úncia coisa que lamento é que, infelizmente, devido ao clima que vivemos, os adeptos não puderam estar presentes. No entanto, devida às centenas de mensagem que recebi e ao carinho demonstrado pelas pessoas na rua, isso foi claramente ultrapassado.



A pandemia teve alguma influência na sua decisão de terminar a carreira agora ou foram outras razões que o motivaram?


Não. Nós tínhamos outra pessoa que ocupava o cargo há muitos anos, o mister Vital, que entendeu ir para outro clube [Sporting] e o presidente, através de uma conversa que tivemos, propôs-me que assumisse esse cargo. Não foi uma decisão fácil, mas é um orgulho imenso saber que o clube quer que eu continue, agora noutras funções. Depois de muito conversado e ponderado, entendi que era este o momento. Não é fácil porque acho que ainda tinha capacidade para mais uma ou outra época, mas também entendi que era a altura, até pelo convite e pela insistência do presidente.



Como disse, essa decisão foi tomada em pouco tempo. Durante este ano em que o Eduardo não jogou tanto, teve convites de outros clubes?


Sim, tive algumas abordagem, mas, quando vim para o Braga, tinha decidido que queria terminar a carreira aqui. Dei sempre o meu melhor quando o treinador entendeu que devia jogar. Tentei corresponder sempre da melhor forma possível em prol da equipa.



Este percurso como treinador de guarda-redes é algo que imagina a longo-prazo ou vê como uma transição para outro cargo, como treinador principal ou até mesmo como dirigente?


A determinada altura da minha vida já tive esses convites, que recusei prontamente. Aquilo que sempre quis pós-futebol foi ser treinador de guarda-redes, estar no campo, trabalhar naquilo que aprendi ao longo da minha carreira. Foi sempre esse o meu desejo e não ambiciono outro cargo.

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