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Sérgio Paulo de Sousa, docente da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da UMinho e diretor do Centro de Estudos Mirandinos
Vanessa Batista

Academia 10.08.2023 21H00

Sá de Miranda. Poeta do séc. XVI continua atual. Em breve será lançado um dicionário mirandino

Escrito por Vanessa Batista
Em 2021, foi reeditada toda a obra de Francisco Sá de Miranda. Em entrevista ao UMinho I&D, Sérgio Paulo de Sousa, fala ainda de projetos futuros.

Francisco Sá de Miranda continua a ser um "poeta atual". Quem o diz é o professor da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH), Sérgio Paulo de Sousa, coordenador da mais recente reedição da obra completa de Sá de Miranda. O trabalho foi realizado em colaboração com João Paulo Braga e Luciana Braga.


A obra distingue-se da publicada há mais de 80 anos, principalmente, pela integração de notas, de modo a facilitar a leitura dos poemas e cartas do autor do século XVI que utilizava "termos arcaicos", mesmo para a época. Aos microfones do UMinho I&D, Sérgio Paulo de Sousa explica que as notas vêm dar "noções histórico-culturais" e descodificar algumas das expressões utilizadas pelo poeta. Um trabalho que o coordenador descreve como quase "arqueológico".


Além de poemas como "Tudo passa como hum vento", a obra de Sá de Miranda é composta por cartas de cariz quase "filosófico". "Era quase que uma consciência moral da nação", diz o docente que valida a premissa com uma carta endereçada ao rei D. João III, no período de expansão marítima. "Alertava para a necessidade de estar vigilante em questões de justiça e corrupção", refere.


Dentro de três anos, a ideia é lançar um dicionário mirandino com mais de 200 verbetes. Outro dos projetos em cima da mesa, passa por uma pequena biografia dirigida para o público juvenil.


Em meados de setembro/outubro, o docente irá apresentar um novo trabalho, focado num "texto épico e fundamental", também ligado ao século XVI.



Ainda não há data para a entrega do Prémio Literário Francisco Sá de Miranda


Não está fechada a data para a entrega do Prémio Literário Francisco Sá de Miranda. A terceira edição do galardão distinguiu o cardeal, poeta e teólogo português José Tolentino Mendonça pela obra “Introdução à Pintura Rupestre”, publicada em 2021. O livro conta com 19 poemas, alguns remetendo para a sua infância. O trabalho já havia sido distinguido com o Prémio D. Diniz da Fundação Casa de Mateus, em 2022.


"Esperamos que no outono seja possível entregar o prémio ao cardeal Tolentino Mendonça", avança Sérgio Paulo de Sousa, diretor do Centro de Estudos Mirandinos.


Até ao momento, todos os premiados têm uma ligação especial com Sá de Miranda, exemplo disso são Nuno Júdice e Ana Luísa Amaral, que revelaram que o poeta "era quase um autor de cabeceira".


O Prémio Literário Francisco Sá de Miranda foi instituído pelo Município de Amares em parceria com o Centro de Estudos Mirandinos. Atribuído de dois em dois anos, o prémio tem um valor pecuniário de 7.500 euros. O galardão destina-se a autores de língua portuguesa na modalidade de poesia e cuja primeira edição tenha ocorrido durante os dois anos civis anteriores àquele a que se refere o concurso.


O júri, composto por Sérgio Guimarães de Sousa (diretor do Centro de Estudos Mirandinos e professor da Universidade do Minho), Isabel Morán Cabanas (professora da Universidade de Santiago de Compostela) e Anabela de Figueiredo Costa (diretora da Biblioteca Municipal Francisco de Sá de Miranda) diz tratar-se de um "livro de grande maturidade literária".


- PODE OUVIR A ENTREVISTA NA INTEGRA AO UMINHO I&D AQUI - 

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