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Pedro Andrade

Regional 13.04.2016 18H42

S. Geraldo: "o valor do edifício não se resume à fachada"

Escrito por Pedro Andrade
O Movimento S. Geraldo Cultural promoveu um debate público sobre o futuro do edifício localizado no Largo Carlos Amarante, em Braga

O plano de reabilitação do edifício S. Geraldo continua a marcar a agenda da cidade. O Café Vianna, em pleno centro histórico bracarense, recebeu um debate informal para discutir as intenções do projecto elaborado pela Arquidiocese de Braga, proprietária do edifício, e que pretende construir uma praça de alimentação com hotel, que obriga à demolição deste equipamento, apenas sobrevivendo a fachada original. 


A arquitecta Maria Manuel Oliveira disse à RUM que o projecto actual “é uma pura operação economicista que não tem em linha de conta o valor patrimonial e simbólico do edifício na cidade”.


 João Paulo Miranda Guedes, da Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património, disse que esta situação “não é única no país”. À RUM explicou que “o valor do edifício não se resume a uma fachada, vai além disso: está presente na memória e na técnica construtiva”. João Paulo Miranda Guedes não tem dúvidas: o projecto de reabilitação do São Geraldo deve pensar em todo o edifício para que se evita a demolição do equipamento


Há algumas semanas, à RUM, Ricardo Rio, presidente da autarquia bracarense, disse que não há nada que a câmara municipal possa fazer para que o projecto não avance. Para Maria Manuel Oliveira, o executivo municipal limitou-se, apenas, a aceitar a proposta da Arquidiocese de Braga sem intervir activamente para preservar a história do edifício. “Aparentemente demitiu-se de um papel que lhe compete, sem qualquer dúvida”, acrescentou.


Manuel Miranda, urbanista, disse que o Programa Estratégico de Reabilitação Urbana do Centro Histórico, aprovado pelo anterior executivo foi aceite pela equipa de Ricardo Rio, prevê a reabilitação e manutenção do São Geraldo enquanto espaço cultural. Para Manuel Miranda o actual executivo “escusou-se a fazer o seu trabalho”. Manuel Miranda aproveitou para lembrar à câmara que os projectos de reabilitação urbana contemplam áreas de domínio privado. Por isso, é necessário um trabalho de concertação com os proprietários para que sejam mantidas as funções originais desses espaços, como é o caso do edifício do S. Geraldo.

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