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Agência Lusa
Redação

Nacional 19.07.2025 16H01

Rui Rocha. "Nunca fui moderado na defesa dos interesses do partido"

Escrito por Redação
O ex-líder do partido Iniciativa Liberal, e já assumido candidato à câmara de Braga, discursou na Convenção Nacional da IL, em Alcobaça. 

O ex-líder da IL Rui Rocha considerou hoje que deixa o partido com “total autonomia” política, estratégica e financeira e afirmou que nunca foi “moderado na defesa dos interesses” liberais.


Num discurso na X Convenção Nacional da IL, em Alcobaça, o ex-líder da IL fez um balanço dos seus dois anos à frente do partido, elencando propostas que foram apresentadas na área da saúde, habitação, impostos ou da reforma do Estado.


Em termos eleitorais, Rui Rocha salientou que, durante a sua liderança, a IL passou a ter “representação em todos os parlamentos” e obteve o “melhor resultado de sempre” nas eleições europeias.

“Estes resultados, e o caminho que foi feito, permitem à IL assentar hoje a sua visão estratégica para o futuro em total autonomia política, total autonomia estratégica e total autonomia financeira”, defendeu.


Apesar disso, Rui Rocha referiu que, nas últimas eleições legislativas, tinha fixado dois objetivos – reforçar a votação e “reforçar a influência da IL na governação” –, reconhecendo que ambos “não foram cumpridos” e que, em três eleições consecutivas, o partido ficou sempre com um resultado à volta dos 5%.

“Portanto, neste momento, depois de três eleições a 5%, só há duas possibilidades: ou o teto é do partido, ou o teto é do presidente. Só há uma maneira de sabermos, é o presidente dar um passo ao lado e permitir que o partido prove que vale muito mais do que esses 5%”, afirmou.


Abordando a sua demissão da presidência do partido, a 31 de maio, Rui Rocha disse que foi uma “decisão política” e não pessoal, afirmando ainda que as críticas que “vozes relevantes” do partido fizeram sobre os resultados eleitorais – numa alusão a João Cotrim Figueiredo – foram “absolutamente irrelevantes nessa tomada de decisão”.

Rui Rocha abordou ainda as críticas internas que consideram que foi um líder “moderado” – numa alusão às críticas de excessiva aproximação ao PSD –, afirmando que, durante a sua presidência, não foi “moderado na defesa dos interesses do partido”.

“Quando recusei coligações pré-eleitorais e quando recusei ir para o Governo, porque não troco ideias por cargos. (…) Fomos fortemente pressionados para fazer uma coligação eleitoral em que nos dávamos aquilo que quiséssemos, e eu disse que não. Nunca fui moderado na defesa dos interesses do partido”, disse.


Depois de fazer este balanço, Rui Rocha quis deixar três sugestões para o futuro do partido, começando por pedir que se faça um “combate ao chatismo”, referindo-se aos “chatos no partido” que fazem “15 mensagens seguidas nos ‘chats’”.

Outra sugestão de Rui Rocha é que o partido combata igualmente o “sebastianismo”, numa alusão aos pedidos de militantes da IL para que ex-líderes, como Carlos Guimarães Pinto ou João Cotrim Figueiredo, se voltem a candidatar à presidência partido quando há trocas de liderança.

“Darei o meu contributo para o combate ao sebastianismo, manifestando aqui, publicamente, que não tenho disponibilidade para qualquer tipo de função em órgãos de partido, atividade ou qualquer outra coisa, a menos que aconteça uma desgraça, o que manifestamente nem prevejo, nem desejo”, disse.


No final, Rui Rocha disse que, como ex-líder, irá procurar “respeitar os interesses do partido”, procurando conter as críticas, e estará disponível “para os combates que forem necessários”, sobretudo aqueles em que não tiver “nenhum proveito pessoal”.


Lusa

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