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Marcelo Hermsdorf

Regional 03.06.2025 12H17

PSD vimaranense critica falta de estratégia para impulsionar o comércio local

Escrito por Marcelo Hermsdorf
O vereador Bruno Fernandes alertou para um “divórcio” entre a valorização patrimonial e a dinamização económica. Domingos Bragança relembrou projetos como a pedonalização e o Bairro Comercial Digital 1128, que estão em curso.
Palavras de Bruno Fernandes, Domingos Bragança e Paulo Lopes Silva.

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O vereador do PSD no executivo municipal vimaranense, Bruno Fernandes, lamentou esta segunda-feira o que chamou de “divórcio” entre a valorização patrimonial e a dinamização económica do centro histórico de Guimarães. A revitalização do centro histórico e o projeto da criação do Bairro Comercial Digital 1128 estiveram no centro do debate da reunião camarária realizada esta segunda-feira no Salão Nobre dos Paços do Concelho.


Bruno Fernandes afirmou que durante uma caminhada, entre as ruas Santo António e Gil Vicente e toda a envolvente ao Toural, verificou que diversas lojas icónicas estão encerradas e que “há uma diminuição significativa” nas dinâmicas comercias e económicas do centro da cidade. Ao citar um estudo contratado pela autarquia em 2018, realizado em parceria com a empresa “Bloom Consulting”, no valor de cerca de 100 mil euros, o vereador sublinhou que “houve o diagnóstico, mas faltou estratégia de valorização local”. “Há aqui um divórcio entre uma estratégia de valorização do património com uma estratégia de dinamização econômica, que traga para a rua as pessoas”, ressaltou.


Numa resposta à análise do vereador da oposição, o presidente Domingos Bragança garantiu que há projetos em curso para transformar o comércio local, destacando a criação do Bairro Comercial Digital 1128, que conta com fundos do PRR e “que precisa estar concluído até junho de 2026”, além da pedonalização do centro e da Avenida D. João IV. Apesar disso, o socialista admitiu que tem encontrado resistência de alguns comerciantes, com quem tem mantido diálogo.

Domingos Bragança alertou que “sem alterar o modelo, os resultados não mudam”. Ora, na ótica de Bruno Fernandes, o presidente “sentiu alguma agitação popular e recuou” e que por isso "o projeto morreu quase que à nascença”, referindo-se ao Bairro Comercial Digital 1128. Também por isso sustentou que se trata de uma iniciativa que “se não for concluída dentro do mandato, corre o risco de cair”.


Uma análise rejeitada liminarmente pelo autarca socialista que chamou para exemplo o ‘parque Camões’, alvo de polémicas, mas que avançou numa altura que coincidia já com a campanha autárquica e o objetivo da sua reeleição enquanto presidente da autarquia vimaranense. “A vida política exige convicção, coragem”, notou Domingos Bragança.



Bairro Comercial Digital 1128 pretende "valorizar o comércio tradicional"


Paulo Lopes Silva, que participou na última reunião de executivo na qualidade de vereador com pelouros, e até então responsável pelo projeto Bairro Comercial Digital 1128, ressaltou que a iniciativa pretende “trazer a digitalização para o espaço público” e que as hesitações de alguns dos comerciantes são causadas por “uma certa confusão temática”.


O projeto permite, segundo Paulo Lopes Silva, que as pessoas possam usufruir “daquilo que são as tendências crescentes dos processos digitais, mas no espaço público e no contacto físico e direto com cada uma destas lojas que fazem parte do comércio local”. “São ações muito concretas, que dizem respeito a utilizarmos e usufruirmos do espaço público, irmos ao encontro das nossas lojas e também trazer uma outra modernidade àqueles espaços", argumentou. "Acima de tudo, valorizamos muito o comércio tradicional porque é parte da nossa identidade, é parte daquilo que nos distingue”, concluiu.

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