O Livre fica fora da coligação que une o PS ao PAN, na corrida autárquica em Braga.

Os partidos não chegaram a acordo e em causa estarão os lugares das listas propostos ao Livre.

Já o Pessoas- Animais- Natureza integra a coligação Somos Braga.

Em declarações à RUM, o candidato socialista António Braga adianta que o PAN terá “uma representação na Assembleia Municipal e, do ponto de vista simbólico, na lista à Câmara Municipal”.

O socialista explica que o acordo de coligação está relacionado com “a visão para o concelho e a identificação com uma liderança competente e experiente”. “O Partido Socialista é um partido aberto, sempre o foi, não apenas à comunidade e a pessoas independentes, como também ao arco partidário que, eventualmente, possa congregar-se e identificar-se com o caminho negociado, para apresentar aos bracarenses uma solução experiente, uma liderança competente e, sobretudo, previsível, porque os tempos são, como bem sabemos, de grande desafio para o município de Braga”, afirmou.

Os socialistas estiveram em negociações com o Livre, mas o plenário regional acabou por não aceitar integrar a coligação de esquerda. “Houve um diálogo construtivo, inclusivamente com o envolvimento do seu coordenador nacional, mas o plenário regional entendeu fazer diferente. Nós respeitamos essa decisão”, começou por dizer António Braga. O candidato está certo de que sem o Livre “o Partido Socialista continua forte e decidido a enfrentar estas eleições”. O PS aponta, no entanto, “a irresponsabilidade dos militantes” do partido de Rui Tavares, por não aproveitarem a “oportunidade de se juntarem à coligação para engrossar uma vitória”.

António Braga lamenta que uma oportunidade concreta de união em torno de valores partilhados tenha sido desperdiçada por uma minoria que optou pela rutura.

Livre diz que coligações só fazem sentido se os partidos envolvidos forem “verdadeiramente parceiros e não muletas”

Contactado pela RUM, o candidato à Câmara de Braga pelo Livre, Carlos Fragoso, explica que as coligações só fazem sentido se os partidos envolvidos forem “verdadeiramente parceiros e não muletas”. “Não nos pareceu haver genuinamente uma vontade de parceria. Sentimos sempre que havia alguma subalternidade relativamente aos outros partidos”, acrescentou. Para Carlos Fragoso, “quando há vontade de abraçarmos um projeto em comum, os parceiros são parte integrante do mesmo e com a mesma dignidade”.

Quanto à posição de Rui Tavares no processo, o candidato do Livre em Braga explica que o porta-vos sempre manifestou “uma vontade de pensar na coligação, de uma forma ponderada e que pesasse os prós e os contras”. Quanto à irresponsabilidade apontada pelo PS, Carlos Fragoso diz que o Livre “também pode considerar que a irresponsabilidade foi do lado do PS, em não ter aproximado as posições”.

O PAN alia-se ao PS na corrida autárquica, em Braga. O Livre rejeitou o acordo e segue sozinho para as eleições de 12 de outubro.