Os vereadores do Partido Socialista (PS) afirmam que a Câmara Municipal de Braga não vai concluir a linha vermelha de BRT mesmo depois de desistir, por enquanto, de avançar com a linha amarela, quando a autarquia tinha assegurados 100ME do PRR para investir nos dois traçados e nas viaturas, ainda que o valor fosse insuficiente face ao custo total previsto.

A discussão aconteceu no decorrer da última reunião camarária, na quinta-feira e depois de a RUM ter noticiado que o município tinha optado por avançar apenas com a linha entre a Estação e o Hospital de Braga [Linha Vermelha]. Os vereadores da oposição não gostaram de saber da decisão pela comunicação social criticando a postura da maioria e acusando mesmo a coligação de não envolver os restantes partidos num dossier que ficará para depois de 2025.

Para Artur Feio, do PS, a decisão de avançar apenas com uma linha "exige um esclarecimento cabal à cidade" até porque se trata de "um dos maiores investimentos em Braga desde a construção do Hospital.

"Fazemos uma linha por 76 Milhões de Euros?" questionou ainda o socialista notando que o que falta para os 100ME não chegará para fazer a linha amarela que não avançará. Vai mais longe e afirma que "não há condições reais nem para a linha vermelha nem para as outras". "Não há condições reais de terminarmos este mandato com o projeto aprovado. É absolutamente impensável acharmos que este projeto vai para a frente com este executivo", acrescentou.

No caso da linha vermelha e da passagem do BRT pelo campus de Gualtar [que carece ainda de aprovação do novo Conselho Geral da Universidade do Minho eleito recentemente], as dúvidas sobre essa passagem foram colocadas não apenas pelo PS mas também pela CDU através do vereador Vítor Rodrigues. Na resposta, Ricardo Rio garantiu que o atravessamento no campus da UMinho vai acontecer, notando que “há vontade dos interlocutores e a questão será ultrapassada".

Argumentando também a decisão de se avançar apenas com uma linha cuja conclusão terá obrigatoriamente de acontecer em junho de 2026, Ricardo Rio explicou que se tratou de uma decisão “responsável", recusando qualquer crítica à capacidade seja da empresa Transportes Urbanos de Braga ou dos serviços municipais assim como das empresas contratadas para o efeito. Os 76ME assegurados pelo PRR para uma das linhas do BRT incluem também aquisição de material circulante e todos os investimentos associados, nomeadamente no parque das mesmas.

Entretanto, o município de Braga está à procura de financiamentos alternativos para outras linhas de BRT. Depois de desistir da linha amarela por impossibilidade temporal de reunir documentação exigida entretanto pela IP que resultará em mais estudos, a maioria de direita considerou prudente focar atenções no que considera exequível.

Já depois da solicitação de uma reunião do PS com a administração dos Transportes Urbanos de Braga, o presidente do município assegurou ainda o agendamento de um encontro para esclarecer todos os contornos relacionados com o tema.