Academia 15.06.2025 16H24
Protagonistas da Educação juntam-se na UMinho para Bienal
A academia minhota lança esta segunda-feira, 16 de junho, a bienal da educação para discutir temas como falta de docentes, revolução digital, autonomia e democracia. A utilização da Inteligência Artificial é um dos temas em destaque.
A primeira edição da Bienal de Educação decorre esta semana na Universidade do Minho, juntando os protagonistas da área tendo em vista a reflexão e discussão de temas estruturantes para a educação em Portugal, nomeadamente a falta de docentes, a revolução digital, a autonomia e a democracia.
Na nota enviada pelo gabinete de comunicação da UMinho à RUM é mencionada a inclusão de recomendações para as políticas públicas no final da referida bienal, que arranca esta segunda-feira, 16 de junho, e se prolonga até dia 20.
Assegurada está a presença de secisores, cientistas, estudantes, pais, além de sindicatos, municípios, escolas e avaliadores.
Licínio Lima, que passou pelo programa UMinho I&D em que mencionou este mesmo encontro, considera que se trata de “um momento-chave no debate da educação em Portugal". Criticando o facto de o tema praticamente não ter sido discutido na campanha eleitoral, refere que esta bienal abre a discussão a toda a sociedade. !Queremos ser parceiros transformadores”, diz o professor catedrático emérito Licínio Lima, da organização. “Evoluímos muito após o 25 de Abril, mas há diversos aspetos a melhorar, desde a educação pré-escolar à educação de adultos, sem dependermos tanto de ciclos políticos e formando cidadãos plenos”, argumenta.
A Bienal é coordenada pelo Instituto de Educação (IE) da UMinho, a celebrar 50 anos, e tem o tema "O futuro é a educação: as pessoas, a vida e a escola".
Assenta em quatro eixos: Educação, saúde e sustentabilidade; Pedagogia e currículo; Avaliações em educação; e Comunidades educativas. Cada dia vai começar por abordar um dos eixos, através de um palestrante distinto, seguindo-se duas mesas-redondas paralelas, posters de estudantes de vários ciclos, mesas de discussão e comunicações livres. A exceção é no feriado de 19 de junho, com atividades culturais agendadas.
O Comissário do Plano Nacional das Artes é um dos convidados. Além de Paulo Pires do Vale, destacam-se o presidente do conselho científico do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), Nuno Ferro, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), Filinto Lima, a presidente da Confederação das Associações de Pais (CONFAP), Mariana Carvalho, a dirigente da FENPROF e do Sindicato dos Professores do Norte, Manuela Mendonça, o diretor do Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, Rui Trindade, ou o professor catedrático e divulgador científico Carlos Fiolhais.
Os coordenadores dos quatro eixos da Bienal vão apresentar no final uma síntese com boas práticas, reflexões e recomendações para as políticas públicas regionais e nacionais. “A educação não é só de educadores e alunos, é de todos e em permanência”, frisa Licínio Lima. “Esta Bienal quer dar retaguarda científica, pedagógica, cultural para uma pedagogia ativa e de pensamento crítico; numa era permeada de alienação, opressão e fake news, pouco adiantam corridas desenfreadas ou recursos sofisticados, a educação é o maior contributo para a democracia, a tolerância e a convivência entre os humanos e entre estes e o planeta”, nota.
Outro dos temas em destaque é a utilização da Inteligência Artificial
A bienal arranca esta segunda-feira às 9h30 no auditório do IE, no campus de Gualtar, presidida por Álvaro Laborinho Lúcio e a primeira discussão apresenta como mote “Inteligência artificial e educação”, a partir da visão de Arlindo Oliveira, do Instituto Superior Técnico.
As outras conferências principais são “Currículo, pedagogia e profissionalismo docente”, por Domingos Fernandes, presidente do Conselho Nacional de Educação (17 de junho); “Avaliações em educação: pedagogia ou quantofrenia?”, com Licínio Lima (18 de junho); e “Tempo de ecrã nas crianças e adolescentes”, com Rute Santos, professora do IE (20 de junho). Todas começam às 9h30. No último dia, destaca-se ainda às 15h00 a palestra final “Comunidades educativas como lugares de resistência na era do Eu”, com João Teixeira Lopes, sociólogo da Universidade do Porto.