Nacional 18.07.2024 15H21
Professores passam a avaliar só um item de cada exame nacional
No próximo ano letivo, esta mudança vai ser testada apenas na prova de Filosofia, sendo alargada às restantes disciplinas no ano letivo seguinte (2025/2026).
As provas e exames nacionais vão passar a ser corrigidos em formato digital e, no ensino secundário, cada professor corretor vai passar a avaliar apenas um item e não a totalidade das provas, para garantir maior justiça nas avaliações.
Esta é uma das mudanças do novo modelo de avaliação externa anunciado esta quinta-feira pela equipa liderada pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, que garantiu que os exames nacionais do ensino secundário vão continuar a realizar-se em papel, mas a forma de avaliação vai ser diferente.
“Não alterámos as regras dos exames nacionais porque não achámos que fosse justo estar a introduzir uma nova disrupção”, anunciou o ministro, garantindo que as novidades para o secundário vão ter como objetivo melhorar e tornar mais justa a avaliação, uma vez que estas provas servem de acesso ao Ensino Superior.
Assim, os exames nacionais vão continuar a ser feitos em papel, mas depois serão digitalizados e, em vez de os professores receberem um pacote de exames para avaliar, vão fazer a “avaliação por itens e não por provas”, reduzindo a injustiça de um aluno ter um avaliador mais ou menos exigente, explicou o ministro.
No próximo ano letivo, estas mudanças na avaliação vão ser testadas apenas na prova de Filosofia, sendo alargadas às restantes disciplinas no ano letivo seguinte (2025/2026), disse o secretário de estado Alexandre Homem Cristo, acrescentando que de fora deste modelo ficarão sempre disciplinas como Desenho A, uma vez que a classificação eletrónica não é adequada.
O ministro explicou que o facto de os professores avaliarem apenas um item permitirá também “avaliar a avaliação”: “Se houver um avaliador que tenha um padrão de avaliação muito diferente dos outros isso permite-nos identificar esse avaliador”.
Alexandre Fernandes acredita que com este modelo será mais fácil “identificar o viés” quando ele existe e, no limite, “poderá haver um contacto com o professor para que corrija o viés”.
A equipa do ministério sublinha estar apenas a "adotar boas práticas internacionais" que vão alterar a equidade com que os alunos são avaliados.
Também haverá novidades no 9.º ano. As provas nacionais de conclusão do ciclo de Português e Matemática continuam a valer 30% para a classificação final, mas os enunciados das provas vão deixar de ser divulgados, revelou o secretário de estado.
A ideia do ministério é desenhar uma prova com alguns itens repetidos que permitam comparar provas ao longo dos anos, explicou o secretário de estado, sublinhando que esta é uma prática comum em vários países e em avaliações internacionais, como o PISA.
O secretário de Estado garantiu que o facto de as provas não serem públicas não impedirá as famílias de pedirem a sua revisão, sendo certo que nunca terão acesso ao enunciado.
“No ano passado, apenas 0,15% dos alunos pediram revisão de prova no 9.º ano”, revelou, acrescentando que os alunos vão continuar a ter “todas as possibilidade de revisão”.
A prova de Português do 9.º ano vai ser feita em formato digital, mas a de Matemática terá um formato hibrido: Vai ser digital, à exceção dos exercícios que exigem escrita matemática, que serão feitos em papel.
Lusa