Regional 28.07.2025 17H35
Praça Conde de Agrolongo vai ser requalificada mas edifício envidraçado permanece inalterado
Projeto de execução foi aprovado, hoje, na reunião de Câmara, com o voto contra da CDU e a abstenção do PS.
A Praça Conde Agrolongo vai ser requalificada, mas o edifício envidraçado ali instalado vai permanecer inalterado.
O projeto de execução foi aprovado, hoje, na reunião de Câmara, com o voto contra da CDU e a abstenção do PS.
Os espaços comerciais, cujo arrendatário é a empresa privada BragaParques, não vão sofrer alterações.
“A parte dos espaços comerciais, com exceção do bar que está à superfície, não vão ser alterados. Tecnicamente, seria quase impossível fazer essa correção. Aliás, essa questão é uma daquelas que nos impede de fazer uma obra mais abrangente, desde logo com a remoção para aquilo que ficou comumente designado pela esmagadora maioria dos bracarenses pelo ‘mamarracho’, que retira enquadramento e visibilidade à praça, e, obviamente, não é algo que gostaríamos de ter no resultado final da praça, mas não podemos intervir face ao seu valor financeiro que isso implicaria”, explicou ao autarca.
O bar vai ser reposicionado, “com a concordância do concessionário” e “tudo o resto é articulado com o proprietário da praça, que é o Grupo BragaParques”.
O objetivo é tornar aquele espaço mais nivelado, organizado e pedonal. “É um espaço central na cidade de Braga, que merece outra dignidade, e que com esta intervenção ficará com muito melhores condições para todo tipo de atividades sociais e culturais”, disse ainda Ricardo Rio.
Nuno Reininho, da CDU, votou contra, por considerar que em causa está “uma intervenção em cima de outra intervenção que não tem assim tantos anos”. Além disso, o comunista lembra “a questão da propriedade dos soldos”, defendendo que “por muito que se fale do direito de utilização, a verdade é que se trata de uma obra que orça em três milhões de euros, que são dinheiros públicos, que poderiam ser utilizados noutras áreas”, como é o caso da criação de uma “uma acessibilidade pedonável ou ciclável, ou até para a utilização de pessoas com mobilidade reduzida, entre o centro de Braga e a Universidade do Minho”. Nuno Reininho lamenta ainda a “inexistência de um processo de auscultação junto da população”.
Artur Feio, vereador do Partido Socialista (PS), lembra que o projeto inicial previa “o encerramento da rua em frente ao Pópulo, ou seja, o edifício que lá está tinha que manter a mesma área, mas era expandido para uma parte dessa rua que se decidiu, à posteriori, não ser fechada”. “Para não se perder financiamento naquela altura, decidiu-se manter exatamente o mesmo volume de construção, que era uma obrigatoriedade, e o edifício só podia ter crescido em altura”, explicou.
A praça tem, no entender do PS, “muitas dificuldades do ponto de vista dos obstáculos” e, por isso, percebe-se “a necessidade de fazer uma intervenção”. O vereador socialista considera ainda que aquele “é um espaço de todos e que tem sido, cada vez mais, um polo de atração e concentração das pessoas”.
“O usufruto é de todos. A Câmara tem a liberdade e a possibilidade de utilizar a superfície e é isso que vai fazer. A intervenção é só sobre a superfície, não tem nada a ver com o resto, e entendemos essa intervenção”, denotou.
Sílvia Sousa, também do PS, considera que “há uma tendência, quer a nível de poder local, quer a nível de poder central, de irmos atrás do financiamento”. “Há financiamento, temos um projeto e devíamos pensar a cidade antes para, quando houvesse financiamento, concretizarmos esses projetos”, explicou. A vereadora defende ainda que a autarquia não pode ficar à espera que o privado se lembre de fazer a intervenção.