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Elsa Moura

Nacional 18.09.2024 17H57

"Porta a Porta" volta à rua porque "nada muda" em Portugal

Escrito por Elsa Moura
Manifestação está agendada para 28 de setembro em 18 cidades incluindo Braga e Porto. Movimento denuncia famílias a viver em garagens e lojas em Braga.
Declarações de Cândido Almeida, porta-voz do movimento Porta a Porta em Braga

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Braga volta a ser uma das cidades a organizar uma manifestação pelo direito à habitação em Portugal. A ação é promovida pelo Movimento Porta a Porta e vai decorrer na tarde de 28 de setembro em dezoito cidades, incluindo Braga e Guimarães.


O movimento realizou esta quarta-feira à hora de almoço uma ação de contacto com a população no centro de Braga. Cândido Almeida, porta-voz em Braga, afirma que as dificuldades no acesso a uma habitação condigna se mantêm sendo a cidade dos arcebispos uma das mais afetadas. "O paradigma da habitação é o mesmo. Continua a existir imensa dificuldade em acesso à habitação condigna. Nada muda, são cada vez mais as pessoas a viver em condições muito precárias, pessoas que são despejadas", declara. Defendem uma "política diferente no mercado de arrendamento" dando nota que os contratos apresentam "cada vez prazos mais curtos e preços elevadíssimos".


A prestação bancária que para muitos "duplicou" obriga a que "pessoas regressem a casa dos pais". Já no caso de estudantes universitários colocados em Braga, mas que são de cidades mais afastadas "não conseguem vir estudar para Braga porque hoje um quarto em Braga custa aquilo que custava uma habitação há cinco anos", denuncia Cândido Almeida. "Foram-nos reportados vários casos", nota.


E há situações que persistem na cidade e que exigem uma fiscalização atenta de quem tem essa responsabilidade, lembra aquele membro do movimento. Refere-se a famílias que vivem em garagens e lojas, por exemplo, além de múltiplos apartamentos que acolhem vários agregados familiares. "Os imigrantes também estão a sofrer muitíssimo porque vieram à procura de uma vida melhor e o que conhecemos são situações em que pequenos apartamentos estão sobrelotados com pessoas a viverem em condições não dignas. Temos várias situações de famílias a viverem em garagens, em lojas", denuncia.


A manifestação pelo direito à habitação em Portugal está agendada para as 15h30 de 28 de setembro


O movimento considera que "o novo governo está a dar continuidade ao que o anterior estava a fazer em matéria de habitação". Também por isso, o Porta a Porta não vai travar as manifestações. Sábado, 28 de setembro, apelamos a todos que às 15h30 se desloquem ao coreto da Avenida Central porque é importante. Quanto mais força mostramos, mais fácil é tentar fazer o governo perceber que não é residual o número de pessoas que estão com sérios problemas em pagar uma habitação, em ter uma habitação", explica.


Entre as reivindicações, exigem políticas que permitam baixar e também regular o valor das rendas, baixar as prestações bancárias, mobilizar os devolutos para a oferta pública de habitação e investimento na disponibilização de habitação pública. O movimento alega que "os meses passam e os preços da habitação continuam insuportáveis para a maioria da população que vive com baixos salários e pensões".


O Porta a Porta chama ainda à atenção para a banca e a especulação imobiliária "que está a ganhar com esta política" lembrando que os cinco maiores bancos nacionais "estão a lucrar, ano após ano, 14 milhões de euros por dia.


Está também em circulação uma petição pelo direito à habitação em Portugal.

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