Regional 19.08.2024 13H14
Pombas no interior do Mercado preocupam comerciantes. Calor continua a gerar prejuízos
Município de Braga vai adquirir um sistema para afastar gaivotas e pombas do interior do Mercado Municipal. Quanto ao calor ainda não foi encontrada uma solução vencedora.
As pombas no interior do Mercado Municipal de Braga estão a preocupar os comerciantes. Além disso, o problema com o calor, ainda sem uma solução definitiva por parte do Município de Braga, continua a gerar prejuízos devido às altas temperaturas que a partir do meio dia se fazem sentir dentro do edifício.
As opiniões são unanimes, o Mercado Municipal de Braga está mais bonito e funcional, porém, existem algumas melhorias que a autarquia deve ter em consideração, nomeadamente, a velha reivindicação relacionada com o efeito de estufa provocado pelo telhado.
A RUM visitou o espaço na última sexta-feira, 16 de agosto, pelas 10h30, altura do dia em que o local ainda estava ameno, contudo, o movimento de clientes era escasso.
José Silva, comerciante de hortícolas há seis anos no Mercado Municipal de Braga, garante que o movimento, com exceção da quinta-feira e do sábado é baixo. A quebra nas vendas associada ao calor, a partir do meio dia, faz aumentar os prejuízos.
"O mês de agosto está a ser péssimo. Não apenas pela falta de dinheiro na carteira das pessoas como pelas condições que temos cá dentro. Posso mostrar uma caixa de bananas que trouxe verdes ontem e amanhã são lixo", lamenta. O mesmo acontece com as alfaces.
"Entrei no Mercado às 07h05 e ainda não fiz para o pequeno almoço", confessa.
De modo a proteger a mercadoria, foram instalados guarda-sóis em praticamente todas as bancas do Mercado.
Outro dos problemas que vão afetando o negócio está relacionado com a entrada de pombas no edifício. A Universitária ouvi a esta denuncia pela voz não só de José Silva como de Maria de Lurdes Gonçalves. "Temos de estar sempre atentas. As pombas entram e picam as uvas e o feijão", garante a vendedora com 55 anos de mercado.
Muita da fruta é retirada das bancas e deitada ao lixo, contudo, caso a presença destas aves passe despercebida pode ser um perigo para a saúde pública. No entanto, rapidamente o assunto regressa ao calor. "O Mercado está bonito, mas o telhado é a nossa morte. Não aguenta a fruta nem aguentamos nós", afirma.
Município de Braga vai adquirir sistema para afastar pombas e gaivotas.
Contactada pela RUM, a vereadora com o pelouro da Gestão e Conservação de Equipamentos Municipais, Olga Pereira, anunciou que o Município está em vias de comprar um sistema para afastar as pombas e gaivotas do Mercado Municpal.
“Nós estamos a adquirir um sistema para evitar essas entradas, sobretudo, porque temos constatado que as gaivotas provocam diversos danos na cobertura do equipamento. E, portanto, estamos a agir a esse nível para evitar problemas que também são sentidos no interior do equipamento”, avança.
Quanto à questão do efeito de estufa provocado pelo telhado, a governante frisa que a autarquia tem vindo a testar diferentes soluções, porém, “nenhuma tem dado as garantias necessárias”.
“Neste momento, os equipamentos de refrigeração fazem com que dentro do Mercado se tenha uma sensação térmica, entre cinco a seis graus inferior, à sentida no exterior”, refere. “Continuamos a investigar para ver que soluções podem existir no Mercado para suavizar os efeitos”, acrescenta.
Estacionamento durante a semana também não convence.
Do lado da peixaria, a questão do calor não se coloca. O que preocupa Teresa Mota é o estacionamento. "Ao sábado encontraram uma solução maravilhosa. Abrem o portão do parque da câmara para facilitar o estacionamento, mas durante a semana tenho clientes que pedem para lhes levar o peixe até ao carro porque não conseguem estacionar e quando arriscam são multados", refere.
O Verão parece já não ser sinónimo de um maior fluxo de vendas no Mercado Municipal de Braga.
Do lado das flores, Teresa Ramôa, neste momento a apoiar a filha florista, garante que emigrantes nem vê-los. "Os emigrantes não compram como antes. Os mais velhos ainda vêm ao mercado, mas os mais novos já não têm essa tradição", aponta.
Nesta altura do ano, as opções mais procuradas são as margaridas e as flores secas, pois "acabam por aguentar mais o calor e o preço é aceitável". Quanto ao orçamento dos clientes vai dos 5 aos 30 euros.