Cultura 30.05.2025 19H17
‘Oz ou a Estrada?’ passeia pelos caminhos da autodescoberta
A peça sobe ao palco do Theatro Circo esta sexta-feira, pelas 21h30.
Esta sexta-feira, o Theatro Circo acolhe na noite de hoje o espetáculo ‘Oz ou a Estrada?’, que faz uma releitura contemporânea de ‘O Maravilhoso Feiticeiro de Oz’, de L. Frank Baum. Desta vez, Rafa Jacinto e Roberto Terra foram traçaram um caminho diferente e apresentam a partir das 21h30, na sala principal do espaço bracarense uma versão destinada a um público adolescente e focada em questões de autodescoberta, aceitação e identidade ‘queer’.
Aos microfones da RUM, Rafa Jacinto vinca que a peça nasce do “sonho de infância do Roberto Terra”, que recorda, “está a criar espetáculo desde que é criança”. A partir do universo simbólico e da herança cultural que o filme de 1939 imortalizou — e que há muito ecoa como referência marcante na comunidade LGBTQIA+, como aponta uma das responsáveis.
Após chegar em grande estilo à queer terra de Oz, Dorothy faz-se à Estrada Amarela conhecendo Espantalho, Rapaz-de Lata e Leo Cobarde, numa “autodescoberta, autoafirmação”. Rafa reforça que falar de ‘O Feiticeiro de Oz’ é falar, inevitavelmente, da sua influência e da sua importância para a comunidade queer, que tinha o nome da personagem principal ‘Dorothy’ um código “para saber se pessoa pertencia à comunidade LGBT+”.
Mais do que uma simples adaptação, a peça utiliza referências do filme e busca “fazer um paralelo com a vida também dos atores e das atrizes que as representam”. Com o público adolescente, “a quem esta criação é dirigida”, aponta que estes temas “ressoam também no momento formativo das suas identidades, em que se deparam com dúvidas sobre si e o seu lugar no mundo”. “No final de cada sessão, há uma conversa que parte de um projeto de mediação encabeçado por Emanuel Santos com Roberto Terra e uma pessoa a representar Braga Fora do Armário”, adianta.