Regional 28.01.2025 08H53
Nova área metropolitana. Autarca de Guimarães recusa devolver centralidade a Braga
A discussão pública voltou à margem da reunião do executivo vimaranense esta segunda-feira. Candidato do PSD quer entendimento entre as comunidades intermunicipais, mas diz que Guimarães precisa de saber liderar este processo.
O presidente do Município de Guimarães e também presidente da CIM do Ave Domingos Bragança, reafirmou, esta segunda-feira, à margem da reunião de câmara, que não concorda com qualquer fusão das Comunidades Intermunicipais do Cávado e do Ave tendo em vista a criação de uma nova área metropolitana, considerando que apenas em "alguns projetos, como os serviços públicos de transportes de passageiros, faz sentido abranger os dois territórios".
A posição foi assumida em declarações à imprensa, no final da reunião de executivo. "Eu não sou a favor da área metropolitana. Enquanto estiver em funções, não acontecerá", vincou, notando que depois de outubro a responsabilidade é dos candidatos autárquicos. O autarca sugeriu, por sua vez, o reforço do poder das autoridades intermunicipais para que tudo "fique bem".
Domingos Bragança referiu que a criação da Área Metropolitana seria obrigatoriamente centrada em Braga, algo que enquanto líder vimaranense, rejeita. "Se querem devolver toda a centralidade a Braga pela criação da Área Metropolitana, [os candidatos] façam o favor e têm toda a legitimidade. Agora, os vimaranenses sabem a minha interpretação política e até outubro não assinarei coisíssima nenhuma", concluiu.
Há uma semana, em Braga, os líderes das comunidades intermunicipais do Cávado e do Ave firmaram um acordo relacionado precisamente com a área de transporte de passageiros, na presença do ministro adjunto e da coesão territorial. O governante defendeu, nesta mesma sessão, que o Cávado está a caminho de ser uma área metropolitana. Segundo Domingos Bragança, o ministro fez esta referência sem incluir o Ave precisamente porque recusou a ideia de fusão a favor de uma área metropolitana.
Ainda assim, Domingos Bragança vinca que não pretende intrometer-se nesse debate político que ficará, na sua opinião, para os próximos representantes do município de Guimarães. "Os candidatos devem apresentar o programa aos vimaranenses", repetiu.
Candidato do PSD sugere fusão das Comunidades Intermunicipais do Cávado e do Ave e acusa PS de fazer Guimarães perder centralidade na esfera regional
Já o vereador da coligação juntos por Guimarães e candidato autárquico, Ricardo Araújo, refere que o acordo entre as Comunidades Intermunicipais em matéria de transportes faz sentido e manifestou mais uma vez ser um defensor de uma área metropolitana que agregue as duas comunidades intermunicipais, mas deixa um aviso: é preciso respeitar Guimarães que "tem perdido centralidade", remetendo responsabilidades para a autarquia socialista liderada por Domingos Bragança.
"Vemos com bons olhos que haja um aproximar entre as duas instituições e que esta aproximação possa evoluir para a construção futura de uma área metropolitana. Tem que ser feito de forma progressiva, em respeito pelas centralidades que hoje lideram quer o Cávado quer o Ave. É necessário que Guimarães tenha uma posição clara sobre as prioridades para o futuro do desenvolvimento da região. Guimarães tem de saber exercer um papel liderante. O perigo é não termos posição. Tenho alertado para a progressiva perda de centralidade de Guimarães na esfera regional. Guimarães precisa de ganhar voz ativa, voz liderante", sustentou. O social democrata acrescenta que o processo deve ser feito "numa visão ampla de futuro onde Guimarães saiba estar na linha da frente deste processo". Ricardo Araújo considera que "não é relevante discutir se a sede da área metropolitana é em Braga ou Guimarães". "São cidades de dimensão muito semelhantes, tem de haver aqui um entendimento estratégico que não permita que uma absorva a outra", alertou.
Ainda a discussão de uma eventual área metropolitana do Cávado levantada pelo ministro adjunto e da coesão territorial. O autarca de Guimarães rejeita tal cenário, e aponta que este é um dos temas a ser debatido pelos candidatos à câmara de Guimarães. Ora, Ricardo Araújo, candidato do PSD e vereador da oposição afirma que Guimarães tem perdido centralidade e precisa de uma voz ativa para inverter a situação.