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Fotografia: Marcelo Hermsdorf / RUM
Marcelo Hermsdorf

Regional 08.03.2025 12H10

Moradores de habitações socias de Guimarães e estudantes de Medicina da UMinho unidos em ‘COMvivência(s)’

Escrito por Marcelo Hermsdorf
Dinamizado pela Associação Paisagem Periférica, o projeto realiza consultas poéticas, oficinas colaborativas e teatro para explorar a importância do autocuidado, da empatia e do olhar sobre o outro.
Palavras de Manuela Ferreira, Carla Silva e Tiago Porteiro.

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Envolver estudantes de medicina e moradores das habitações sociais de Coradeiras e Mataduços, de Guimarães, através de performances artísticas. É este o mote do projeto ‘COMvivência(s)’ que pretende melhorar o bem-estar de pessoas que vivem em habitação social e para que possam tomar parte dos espaços onde vivem.


Trata-se de um projeto que tem entre as atividades programadas: consultas poéticas, oficinas colaborativas e teatro para explorar a importância do autocuidado, da empatia e do olhar sobre o outro. A RUM recebeu os responsáveis pelo projeto financiado pelo programa Partis & Art for Change, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação ‘la Caixa’.


Segundo a presidente da Associação Paisagem Periférica, Manuela Ferreira, as atividades foram pensadas e desenhada para “cruzar moradores de dois bairros sociais de Guimarães, Mataduços e Curadeiras, com alunos da Escola de Medicina da Universidade do Minho, com ao teatro como linguagem artística”.


Durante este primeiro ano, considerado piloto, as atividades pontuais, para além do grupo de teatro, permitem “diversificar abordagens e aproximar participantes que não queiram uma fidelização tão grande”. As consultas poéticas, por exemplo, são encontros entre artistas e os espectadores, em que, “à semelhança do que acontece numa consulta médica”, é feita uma auscultação ao “paciente” e, no final, adianta Manuela Ferreira, é proposta uma ação performativa como resposta, uma “prescrição para que as pessoas levem para o seu quotidiano”.



“Um projeto mosaico, que tem vários objetivos e que se cruzam entre si”


O projeto foi desenhado em torno deste conceito de cuidado e para humanizar a formação de estudantes de medicina, afirma o docente de licenciatura em Teatro na Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da Universidade do Minho. Tiago Porteiro acrescenta que a iniciativa permite que os futuros médicos tenham “um contacto direto com públicos muitas vezes que não conhecem e que no futuro vão ser seus pacientes” É um projeto mosaico, com vários objetivos e que se cruzam entre si”.


As atividades já tiveram início com uma oficina de design colaborativo e algumas consultas poéticas, além do ateliê de teatro semana, que já está a decorrer. Segundo o professor da Universidade do Minho, no mês de abril é a vez do laboratório de teatro intensivo que vai ser realizado na instituição. “Depois repetimos algumas destas atividades, além das conversas nos bairros e as visitas guiadas à cidade”, refere.


Segundo a técnica de Educação na Coordenação de Âmbito Social e Financeiro das Habitações do Município de Guimarães, Carla Silva, o grupo de teatro já conta com cerca de 20 pessoas envolvidas. A responsável ressalta que as pessoas que participam têm sempre dito que “é realmente uma experiência bastante enriquecedora”, em que as pessoas utilizam “20 ou 25 minutos” para estarem centradas apenas nas atividades e em si próprias.


O objetivo, adianta, é fazer com os participantes procurem posteriormente outros tipos de experiências artísticas para “ficar aquele bichinho, aquela vontade de experimentar”. “Nós consideramos que este tipo de ações pode ser um fator muito diferenciador e importante na vida das pessoas”, finaliza.

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