O Governo propõe um reforço de 8% na verba destinada à Ciência, no Orçamento do Estado para 2026, face ao ano passado. A informação foi partilhada pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, na cerimónia do 50.º aniversário da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, esta sexta-feira.

O executivo liderado por Luís Montenegro vai entregar a proposta do OE no Parlamento, na próxima semana.

Fernando Alexandre aponta um reforço de 40 milhões em 2026 para a investigação, lembrando que “este Governo, em 2024, efetuou a maior execução de sempre na área da ciência”. “Este Governo sabe que é com mais investimento em Educação, mais investimento em Ciência, que podemos ter uma sociedade melhor e uma economia mais competitiva”, afirmou.

Reitor da UMinho prefere "esperar para ver"

Na sessão, o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, diz ficar satisfeito com o anúncio por parte de um responsável político com o “aumento do orçamento do ensino superior ou da investigação”. No entanto, prefere “esperar para ver”. “É um ponto de partida muitíssimo interessante, mas temos que ver como é que esse dinheiro vai ser aplicado, ou seja, qual é que é o quadro de aplicação e quais são os programas em que se vai investir”, apontou. O reitor apontou ainda a necessidade o Governo não esquecer “o financiamento do ensino superior”. “E que não fosse esquecido também que nós estamos ainda num processo de recuperação daquilo que foram défices de financiamento de várias instituições, entre as quais a Universidade do Minho, que foram sendo objeto ao longo do tempo. Esse processo de recuperação não está ainda concluído e, portanto, olhando mais para o ensino superior e menos para a ciência, eu estou expectante, relativamente, à manutenção da diferenciação positiva da Universidade do Minho quando se tratar de fixar, o orçamento de 2026”, atirou. 

Recorde-se que o Ministério da Educação, Ciência e Inovação tinha como objetivos para 2025 atingir 1,9% do PIB de investimento (público e privado) em ciência e inovação. Para a área da ciência e inovação, que inclui o ensino superior, o orçamento proposto para 2025 apresentava um total de receita consolidada de 3.841,6 milhões de euros e dotação de despesa total consolidada de 3.841,6 milhões de euros.

A principal instituição de financiamento da investigação científica em Portugal, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), contou com um orçamento de 607ME, menos 70 milhões do que no ano anterior.