No Hospital de Braga, um médico conseguiu acumular cerca de 15 mil euros adicionais ao salário ao realizar ao longo de um feriado, de um fim de semana e dois dias de folga, um conjunto de cirurgias feitas ao abrigo do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC).

De acordo com a informação avançada pela SIC Notícias, há registo de outros profissionais que ganharam milhares de euros em março. Aponta ainda que médicos da ULS bracarense marcaram férias e depois ofereceram-se para realizar cirurgias nesses dias.

Documentos consultados pela SIC, referentes, por exemplo, ao ano de 2022, levantam suspeitas “de que o sistema possa estar a ser utilizado para fins financeiros, em vez de cumprir a missão de redução das listas de espera”. A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) terá sido alertada em 2021, o que levou a iniciar uma investigação, tendo confirmado a existência de irregularidades no serviço de cirurgia geral.

A publicação cita que a IGAS notificou o Hospital de Braga “há poucas semanas”, para “apurar os montantes pagos, uma vez que a Inspeção entende existir responsabilidade financeira”. Adianta ainda que caso o Tribunal de Contas entenda que houve responsabilidade financeira, os médicos poderão ser obrigados a devolver os montantes recebidos.

Questionado pela SIC sobre os factos reportados, o Hospital de Braga escusou-se a comentar o caso, mas confirmou ter dado início a “diligências internas para verificar a conformidade dos procedimentos.