Nacional 19.10.2023 08H57
Mais de 930 empresas portuguesas exportam para Israel. Guerra já faz cair encomendas
No ano passado, as empresas nacionais venderam mercadorias no valor de 441,7 milhões de euros para Israel, o que significou um crescimento de 27,1% em termos homólogos.
A escalada do conflito no Médio Oriente, iniciada há menos de duas semanas depois dos ataques terroristas do Hamas, está a preocupar as empresas portuguesas que exportam para Israel e que começam a fazer contas à vida. Os dados cedidos pela AICEP a contabilizarem um total de 933 sociedades (exclui as empresas em nome individual) com vendas para aquele mercado em 2022. Segundo apurou o ECO, em alguns setores, como o agroalimentar, os importadores israelitas já começaram a retirar ou a adiar encomendas.
No ano passado, as empresas nacionais venderam mercadorias no valor de 441,7 milhões de euros para Israel, o que significou um crescimento de 27,1% em termos homólogos. Já as compras portuguesas de bens produzidos em território israelita ascenderam a 116,7 milhões de euros, tendo disparado 40% face ao ano anterior. Ainda assim, de acordo com os números compilados pelo INE, o saldo da balança comercial é claramente favorável a Portugal, com uma taxa de cobertura de 378,5%.
O número de empresas que exportam para Israel tem vindo a subir nos últimos cinco anos – compara com 855 em 2018. No que toca à posição e quota deste país no comércio internacional de bens portugueses, os dados mais recentes revelam que é atualmente o 24.º maior destino das exportações nacionais, representando 0,56% do total, enquanto ocupa o 58.º posto na lista de fornecedores (0,11%). Por outro lado, Portugal é o 34º maior fornecedor de Israel, com uma quota de 0,5%, ocupando o 47º lugar no ranking dos clientes israelitas (0,15% do total).
O setor agrícola é, de longe, o que mais vende para Israel. Em particular, com um montante aproximado de 220 milhões no ano passado, a categoria da comercialização de animais vivos. Aliás, na listagem das 15 maiores exportadoras portuguesas para aquele destino, fornecida ao ECO pelo gabinete nacional de estatísticas, 11 são precisamente comercializadores de bovinos e ovinos, provenientes de explorações concentradas sobretudo no Alentejo. No pódio dos produtos mais exportados surgem as pastas celulósicas e papel – a Celbi e a Navigator aparecem em destaque no ranking dos exportadores –, e fecha com as máquinas e aparelhos.
c/ Eco