Academia 11.07.2025 08H29
Mais de 70% dos alunos do profissional conseguem emprego um a dois anos depois de acabarem o curso
Entre os alunos que concluem o secundário geral e decidem não prosseguir estudos, apenas 56% conseguem estar a trabalhar decorridos um ou dois anos, conclui um estudo sobre o ensino profissional.
Os estudantes que concluíram o ensino profissional têm taxas de inactividade muito inferiores face às registadas pelos colegas que concluíram o secundário geral: em 2023, a percentagem de jovens entre os 25 e os 34 anos com uma formação profissional no secundário que não estavam nem empregados nem desempregados era “notavelmente baixa, situando-se em 5,6%, bem abaixo da taxa de inactividade entre os jovens provenientes do ensino geral (10,6%) e abaixo das médias da União Europeia [UE] e da OCDE (cerca de 11%)”. Mais: 72% dos alunos que concluem o ensino profissional conseguem emprego no prazo de um a dois anos, percentagem que se fica pelos 56% entre os alunos do ensino que seguiram os cursos científico-humanísticos e que não prosseguiram os estudos. Os salários são também ligeiramente mais elevados (mais 1%) para os trabalhadores formados no ensino secundário profissional do que para os do ensino secundário geral.
Se estes resultados são "muito favoráveis à empregabilidade", têm, porém, um impacto "modesto" na criação de emprego nas suas áreas específicas: o emprego aumenta 11% dois anos após a conclusão do curso e 14% três anos depois. Isto mostra que muitos dos alunos que concluem os cursos profissionais acabam por não trabalhar na área específica na qual estudaram.
Estas são algumas das conclusões do estudo A expansão dos cursos profissionais em Portugal: que impacto na educação, no emprego e no empreendedorismo, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, e publicado esta sexta-feira, que faz um retrato do estado de arte desta via de ensino ainda refém de muitos preconceitos.
Os estudantes nestas vias de ensino profissionalizantes — que garantem uma dupla certificação e que combinam no seu currículo disciplinas socioculturais e científicas com módulos tecnológicos específicos e formação em contexto de trabalho — representam hoje quase 40% do total de estudantes do ensino secundário. No ano lectivo de 2023/2024, os cursos profissionais representavam 84% dos estudantes na via profissional.
Público