Regional 22.04.2025 18H59
Líder da oposição considera exclusão do ‘Curtir Ciência’ da Rede Nacional “uma humilhação”
Ricardo Araújo considera "muito grave" que o local tenha sofrido com o que chamou de estado severo de degradação. Já a vice-presidente da autarquia, Adelina Paula Pinto, sublinha, entretanto, que é apenas um "stand-by" e que o espaço vai continuar em funcionamento.
O líder da oposição vimaranense considera a exclusão do Curtir Ciência da Rede Nacional de Centros de Ciência Viva uma humilhação para a concelho. A posição é do vereador do PSD, Ricardo Araújo, após ter conhecimento da alteração da denominação do espaço e a respetiva mudança nos estatutos.
Em causa está uma auditoria realizada pela Agência Nacional, em dezembro de 2023, que apontou “problemas graves” no espaço. Para o social-democrata é “muito grave” que tenha sido apontado neste relatório que o “equipamento esteja num estado severo de degradação, elevado grau de desatualização de conteúdos, obsoletos os módulos expositivos e graves falhas de funcionamento e de segurança”. Ricardo Araújo aponta as responsabilidades pelo facto ao executivo do Partido Socialista.
Durante a reunião o presidente Domingos Bragança para apontar que A Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, “nunca contribuiu em Guimarães para o projeto, como o fez em Lisboa e no Porto”.
Para Ricardo Araújo a autarquia é incapaz de reconhecer os erros que cometeu na gestão do ‘Curtir Ciência’. Ao responder às críticas feitas pela maioria ao relatório apresentado, o social-democrata pergunta se em alguma oportunidade o presidente da autarquia “exigiu alguma coisa neste sentido”, antes do tema ser trazido à reunião camarária. Segundo o líder da oposição, o Município tente “encontrar argumentos, até um bocadinho provinciais” para justificar esta exclusão.
Já a vice-presidente da autarquia, Adelina Paula Pinto, recusa que seja uma humilhação para Guimarães, mas, sim, “um pé atrás”. A vereadora socialista sublinha que é apenas um “stand-by” e que o espaço, que possui nomeadamente apoios da Universidade do Minho e da Câmara vai continuar em funcionamento. Segundo a autarca, sempre houve o objetivo construir o novo espaço no terreno adjacente, reconhecendo que havia dificuldades “inerentes ao próprio edifício” da Fábrica Âncora.
Adelina Paula Pinto ressalta que, financeiramente, o Curti Ciência não depende da Agência Nacional e que “há imensos centros de ciência que não estão ligados à rede nacional”. Segundo a responsável, o Município recebia uma contribuição anual de 2500 euros por fazer parte desta rede. “O dinheiro é a Câmara que coloca lá, mais as receitas próprias que o próprio centro vai buscar, nós não estamos aqui dependentes”, finaliza.