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José Luís Carneiro na RUM
Elsa Moura

Legislativas 2025 12.05.2025 18H11

José Luís Carneiro defende consenso alargado entre PS e AD no Parlamento

Escrito por Elsa Moura
Cabeça-de-lista do Partido Socialista pelo círculo eleitoral de Braga esteve na RUM onde falou sobre propostas do PS, criticou a AD e acusou o governo de Montenegro de se apropriar de matérias desenvolvidas pelo governo socialista.
Partes da entrevista de José Luís Carneiro à RUM

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Na Assembleia da República, “independentemente de quem vencer as eleições” legislativas de domingo, 18 de maio, José Luís Carneiro, cabeça-de-lista do PS pelo círculo eleitoral de Braga, considera que Partido Socialista e Aliança Democrática “devem dialogar em sede parlamentar para que as políticas não desapareçam sempre que muda o governo”. A afirmação do socialista surgiu numa grande entrevista concedida à RUM com o antigo governante a elencar “áreas vitais da vida coletiva, nas funções estratégicas do estado, mas também para enfrentar problemas estruturais, na saúde, na educação, no combate à pobreza e às desigualdades”.


Numa grande entrevista à RUM a propósito do ato eleitoral, o socialista que prometeu “assumir plenamente as funções na Assembleia da República”. Em caso de eleição e vitória do Partido Socialista, disse também que estará “disponível para servir o país em funções executivas, se essa for a vontade de Pedro Nuno Santos”.

Questionado sobre um cenário de derrota que tornaria difícil a continuidade de Pedro Nuno Santos na liderança do PS, José Luís Carneiro, que foi seu concorrente nas últimas eleições internas, não quis abordar um cenário desta natureza. À RUM, disse apenas que o PS “está completamente concentrado no país e nas eleições legislativas” e “tem condições para ganhar”, aproveitando para pedir “um voto de confiança”. “[Os portugueses] já nos conhecem e sabem que podem contar connosco na Assembleia da República em defesa deste distrito e desta região”, desafiou.


O socialista, natural do distrito do Porto, e que já tinha sido candidato pelo círculo eleitoral de Braga em 2024, vincou que o PS “mostrou, desde a primeira hora, uma grande atitude de responsabilidade” daí ter contribuído para viabilizar a mesa da Assembleia da República, e o programa do governo”.


Os avanços e as obras da AD e do PS


José Luís Carneiro recusa que em onze meses a Aliança Democrática tenha encontrado a solução para questões com vários anos e em diversas áreas de atuação no distrito de Braga, nomeadamente na mobilidade, na saúde e na administração interna.


“Sejamos muito claros, quem tem experiência executiva sabe que o tempo de planear, elaborar projetos, lançar os concursos, submetê-los à apreciação do Tribunal de Contas e realizar o investimento demoram dois, três, quatro anos em função da dimensão dos investimentos de que estamos a falar”, disse o candidato socialista, mencionando fundos do PRR para saúde, habitação, emprego e qualificação profissional assim como apoio às instituições de ensino superior, nomeadamente com investimentos assegurados no âmbito das residências universitárias. 

“Por exemplo, no domínio da saúde estavam em curso não apenas novos investimentos, olhe, estivemos há muito pouco tempo a visitar o novo centro de saúde de Vieira do Minho, que foi todo planeado, executado, inaugurado, digamos, e posto ao serviço da população com o investimento da nossa responsabilidade. Pude há dias visitar também o centro de saúde de Moreira de Cónegos, também obra planeada, cujo investimento foi realizado nos governos do Partido Socialista, visitamos também as obras de reabilitação e transformação da urgência hospitalar de Guimarães, num investimento que transformou a urgência de Guimarães num exemplo daquilo que há de melhor no país e, noutras áreas, por exemplo, foi há dias inaugurado o quartel da GNR em Guimarães, Lordelo, obras na esquadra da PSP e Famalicão, também é mais uma demonstração de investimento planeado e que foi, digamos, lançado por nós”, exemplificou.


Mencionou ainda a mobilidade e deu o exemplo do arranque da obra de ligação de Celorico à A7. Admitiu que o governo de Luís Montenegro “beneficiou do superávit orçamental que o governo do Partido Socialista deixou”, e que permitiu, nomeadamente, contributos para pacificar algumas dessas classes profissionais.

No caso do Nó de Infias, ou da conclusão da Variante do Cávado, cujos desenvolvimentos foram conhecidos com a governação recente da AD – PSD/CDS, José Luís Carneiro avisa que surge de “trabalho de planeamento” da governação socialista. O mesmo no caso do Hospital de Barcelos. “O Partido Socialista também teve a oportunidade de acelerar esse projeto. E acelerou”, explicou, argumentando os contornos do processo ao longo dos anos.


"O PS é favorável à complementaridade do sistema público com o sistema social e com o sistema privado"


Questionado sobre a possibilidade do regresso de uma PPP ao Hospital de Braga, colocada no programa eleitoral dos sociais democratas, José Luís Carneiro apontou que “o Partido Socialista é favorável à complementaridade do sistema público com o sistema social e com o sistema privado, mas considera que o Serviço Nacional de Saúde deve ser o eixo estruturador da resposta em termos do Serviço Nacional de Saúde”. Evidenciou o modelo das Unidades Locais de Saúde, considerando que começam a aparecer os resultados da reforma em curso.


Na educação, a Creche Feliz é uma das bandeiras socialistas a que o PS pretende dar seguimento com universalidade e gratuitidade também no pré-escolar.

 “Aquilo com que os cidadãos do nosso distrito podem contar é que essa é uma das prioridades políticas do governo do PS, é a generalização da rede de cresces e do pré-escolar e procurar garantir que a inclusão nessa rede tenderá para a sua gratuitidade, na medida em que é um compromisso com a escola pública, enquanto fator de igualdade, de liberdade e de cidadania e de qualidade da nossa vida democrática”, explanou.


As críticas à AD por não dedicar ministério apenas ao ensino superior


Já no ensino superior estava em curso um processo de revisão do RJIES, interrompido também com a queda do governo. José Luís Carneiro considera que o RJIES “ teve avanços quando o Partido Socialista foi governo” e critica a AD por fazer desaparecer um ministério exclusivamente dedicado ao Ensino Superior notando que “é a prova de que este governo não encarou como deveria encarar as instituições de ensino superior”. Sobre o processo de revisão, considera que “exige ainda um diálogo entre os principais partidos com assento na Assembleia da República”, notando que “é uma matéria relativamente sensível, que exige resultados que não desequilibrem o próprio sistema”.


Sobre as fragilidades na área da habitação em Portugal, o candidato do PS refere que não se trata de um problema apenas do nosso país, e recorda que o governo de António Costa tinha em curso um objetivo de até 2026, conseguir responder a 26 mil famílias. “Esse objetivo foi adiado para 2030, 2031, dado o atraso na execução dos fundos PRR e particularmente na execução da habitação. Mencionou que alcançar 5% da oferta pública de habitação exigirá “mobilizar o Estado e a sua estrutura, a Administração Central, as autarquias, as cooperativas e o movimento social do país, (…) mas “também os atores privados para colocar habitação, para colocar alojamento, não apenas para as famílias mais carenciadas, mas também para os jovens e para as famílias das classes médias que hoje querem comprar habitação e não conseguem ter rendimentos que permitam, nomeadamente, o recurso aos empréstimos bancários para efeito de aquisição de alojamento”.


Questionado sobre a cultura e o património, nomeadamente sobre o Recolhimento das Convertidas, propriedade do Estado e em avançado estado de degradação, José Luís Carneiro respondeu que o PS acompanhará as reivindicações dos autarcas. “Nós temos estado disponíveis para, no Parlamento, defender a recuperação e a valorização do património cultural como um alicerce, um esteio da estratégia de desenvolvimento cultural e de desenvolvimento económico deste município, de Braga, concretamente, mas também de todo o distrito”, disse, e acrescentou: “os autarcas desta região podem contar é com a nossa total disponibilidade para, em sede do Parlamento e junto do Governo, dar apoio a essa tão importante iniciativa”.


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