Academia 05.06.2025 08H20
Investigadores da UMinho detetam microplásticos em rios considerados saudáveis no Norte de Portugal
Esta quinta-feira, assinala-se o Dia Mundial do Ambiente. O tema deste ano está relacionado com o combate à poluição plástica. O estudo avaliou 15 troços dos rios Ave, Selho e Vizela.
No Dia Mundial do Ambiente, que este ano é dedicado ao combate à poluição plástica, um novo estudo da Universidade do Minho revela dados alarmantes: microplásticos foram encontrados em organismos aquáticos de rios ecologicamente preservados no Norte de Portugal.
A investigação, conduzida pelo Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da UMinho e publicada na revista científica Hydrobiologia, avaliou 15 troços dos rios Ave, Selho e Vizela. A equipa científica analisou organismos como larvas de mosquito e vermes, essenciais para o equilíbrio da cadeia alimentar fluvial, e detetou microplásticos em todas as amostras, independentemente da qualidade ambiental dos rios.
“Mesmo em zonas com boa diversidade biológica e níveis saudáveis de oxigénio, os microplásticos estão presentes. Isto mostra que a contaminação não depende apenas da urbanização, mas também de práticas agrícolas, industriais e domésticas, bem como de falhas na gestão de resíduos”, explica Giorgio Pace, autor principal do estudo.
Além de causarem danos físicos, os microplásticos podem transportar substâncias tóxicas como metais pesados, acumulando-se nos organismos e propagando-se ao longo da cadeia alimentar. Para os investigadores, é urgente compreender os mecanismos de acumulação e promover ações eficazes de prevenção e correção.
Entre as medidas sugeridas estão a redução do uso de plásticos descartáveis, a regulação de produtos que libertam microplásticos, a melhoria do tratamento de águas residuais e a implementação de barreiras físicas em rios.
Este estudo integra projetos europeus como REACTivar, BluePoint e RIPARIANET, que investigam a contaminação por microplásticos em vários países da Europa.
Segundo a ONU, 11 milhões de toneladas de plástico entram todos os anos nos ecossistemas aquáticos. Se não forem adotadas medidas urgentes, esse número poderá aumentar 50% até 2040.
A campanha deste ano do Dia Mundial do Ambiente apela à ação global: reduzir, recusar e reciclar o plástico no quotidiano.