Helena Machado, professora catedrática de Sociologia do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho e investigadora do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), conquistou uma bolsa avançada de 2.46 milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação (ERC).

A investigadora explica à RUM que o estudo tem o objetivo de analisar, nos próximos cinco anos, os impactos globais das tecnologias de reconhecimento facial. “Estas tecnologias têm uma crescente aplicação, desde coisas simples do quotidiano como desbloquear um computador ou um telemóvel, como também podem ser usadas no âmbito médico, para diagnósticos. Outro uso bastante comum é a componente militar e de segurança pública”, explica.

Embora os benefícios esperados estejam ligados à segurança e proteção, os críticos em geral sublinham que estas tecnologias normalizam a vigilância e corroem a privacidade, exacerbam a discriminação e contêm falhas e imprecisões acentuadas.

As bolsas ERC são das mais competitivas e prestigiadas da Europa, sendo escassas para Portugal e nas ciências sociais. Esta é já a segunda bolsa ERC de Helena Machado, que admite estar “bastante feliz” não só por si, mas pela academia minhota e a equipa que a acompanha. “Embora fique feliz pelo reconhecimento internacional do mérito da investigação que tenho desenvolvido, não a tenho feito sozinha. É com a equipa e, por isso, estou duplamente feliz: em termos individuais, mas, sobretudo, em termos coletivos”, admite.

Helena Machado espera que esta atribuição possa inspirar outros investigadores na área das ciências sociais a concorrer para estas bolsas.

[Notícia atualizada às 14h04]