Academia 28.01.2025 17H20
Investigador da UMinho desenvolve sensor que deteta toxinas no peixe
Dispositivo desenvolvido pela equipa de investigadores da Escola de Ciências, liderada por José Pedro Rocha, permite realizar análises descentralizadas realizadas pelas próprias indústrias pesqueiras.
Um investigador da Universidade do Minho desenvolveu um (bio)sensor eletroquímico capaz de detetar e quantificar toxinas e alergénios em peixe e frutos do mar, nomeadamente a Tetrodotoxina (TTX), que é extremamente perigosa, sendo 100 vezes mais tóxica que o cianeto. Além disso, pode ser adaptado para analisar alergénios, como a parvalbumina, o principal alergénio presente nos peixes.
O dispositivo, desenvolvido pela equipa de investigadores da Escola de Ciências, liderada por José Pedro Rocha, permite realizar análises descentralizadas realizadas pelas próprias indústrias pesqueiras, eliminando a necessidade de recorrer a laboratórios de análises certificados, tornando a resposta mais rápida e de baixo custo.
O investigador explicou, em entrevista à RUM, que a TTX é uma toxina “emergente na Europa”.
“O dispositivo permite ao pescador recolher cinco mexilhões e analisar, com o sensor, a possível presença desta toxina. No caso de resposta positiva, a captura em massa era interrompida até que fosse possível capturar, porque esta toxina tanto está presente como não”, detalhou o investigador.
José Pedro Rocha enumera diferentes vantagens: “evitar o desperdício alimentar, gasto de recursos e prevenir intoxicações alimentares”.
Este sensor “utiliza tecnologia de ponta”, o que o torna inédito. “É o primeiro em todo o mundo, porque o elemento de reconhecimento que utiliza foi pela primeira vez produzido pelo meu grupo de investigação”, detalhou.
Neste momento, está em fase de protótipo, em laboratório, não havendo ainda uma data apontada para a sua comercialização, até porque ainda não foi patenteado.