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Redação

Regional 20.08.2024 10H39

Há quem venha de Lisboa a Braga para atendimento na AIMA. Imigrantes não conseguem respostas

Escrito por Redação
Opiniões dos utentes são unânimes: a via telefónica não funciona e os profissionais não conseguem dar respostas às solicitações.
Declarações dos utentes que aguardam por uma resposta por parte da AIMA aos seus problemas.

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Dificuldade de agendamento, falta de informação e impossibilidade de contacto telefónico. Estas são algumas das reclamações dos imigrantes que tentam resolver os problemas relacionados com vistos ou títulos de residência. A RUM esteve, esta segunda-feira, na sede da AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo), na Loja do Cidadão em Braga, e encontrou opiniões unânimes: a via telefónica não funciona e os profissionais não conseguem dar respostas às solicitações, direcionando sempre qualquer pergunta para o e-mail institucional.


O advogado Wellington Luz, que representa diversos imigrantes, declara que os seus clientes não recebem qualquer resposta aos emails enviados. Caso os problemas não sejam resolvidos, não coloca de parte dar entrada com “processos judiciais". O representante afirma que estava no local há mais de 30 minutos, sem ser atendido. “Os funcionários estão a conversar e não nos atendem. Um descaso total”, denuncia.


Outro cidadão brasileiro, identificado como Júnior, tenta um atendimento para o reagrupamento familiar da esposa e filho, ou seja, um tipo de processo que possibilita o visto de residência. "Já me mandaram ir ao site, mas não funciona", depois pediram para enviar um e-mail a explicar a situação. "É um loop infinito", refere frustrado garantindo que a situação fica cada vez mais difícil. 


Na mesma situação está Ana Santos, que ao enfrentar uma "fila de espera de mais ou menos quatro meses" decidiu procurar ajuda junto do Centro Nacional de Apoio a Integração de Migrantes, devido à falta de resposta da AIMA. Apesar de residir na região de Lisboa, foi obrigada a percorrer mais de 300 quilómetros para comparecer numa marcação em Braga.

 

Mesmo quem já conseguiu uma vaga e achou que tinha tudo resolvido, reclama. Michele Oliveira viu a autorização do filho, solicitada a 8 de janeiro deste ano, extraviada pelo correio. Pediu esclarecimentos pela via telefónica, contudo, "ninguém atendeu, fica a mesma mensagem de um robô”. “Só fui informada pelo agente da imigração quando regressei de férias que o documento do meu filho tinha sido emitido”, adianta.


Greve deve criar mais dificuldades para quem procura respostas


Uma possível greve dos funcionários da AIMA deve decorrer a partir de 22 de agosto, como noticiou o jornal Público. Wellington Luz lamenta e afirma que vai criar mais dificuldades para quem continua a aguardar “marcações e agendamentos há um ano” por parte da Agência para Integração, Migrações e Asilo. 


“São diversas as nacionalidades que vêm pedir ajuda, provavelmente (com a greve) serão remarcados e sabe Deus para quando”, finaliza.


A RUM questionou a AIMA por escrito, no entanto até ao momento não obteve qualquer resposta às questões endereçadas. 



*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Vanessa Batista.

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