Regional 28.10.2024 15H24
Imigração foi o tema central do Praça do Município
Programa volta a ser emitido pelas 20h00.
O problema da imigração, em particular, no concelho de Braga esteve em destaque no programa de debate político da RUM, Praça do Município. De acordo com as últimas estimativas oficiais, o país contabiliza imigrantes oriundos de mais de 140 nacionalidades, sendo a comunidade brasileira das mais numerosas.
Dentro de dois anos, Braga irá dispor de um Centro de Acolhimento Temporário para Migrantes e Refugiados, com capacidade para até 16 pessoas em simultâneo, na antiga escola primária de Celeirós. Uma obra financiada em 1,2 milhões de euros pelo Plano de Recuperação e Resiliência.
António Lima considera a situação na cidade dos arcebispos "caricata", visto que foi o próprio executivo, numa atitude que considera "leviana", a apelar aos imigrantes para rumar a Braga, mesmo sem condições para os receber.
"Eu não vou chamar as pessoas para um espetáculo numa sala que leva 50 mil e eu chamo para o espetáculo 100 mil. Com a imigração aconteceu isso, ou seja, o presidente fez apelos, nomeadamente aos cidadãos brasileiros e eles vieram", refere.
Jorge Cruz assina por baixo as críticas do colega de painel. O comentador aponta mesmo ao agravar de problemas como falta de habitação e dificuldades na mobilidade.
"A cidade não está preparada para os habitantes que tem. Entretanto, traz-se para cá mais gente, o que agrava ainda mais a situação. (Os bracarenses) não têm a qualidade de vida a que têm direito. Aliás, antigamente havia aquele slogan ´É bom viver em Braga`. Hoje, tenho muitas dúvidas que esse slogan tenha atualidade", realça.
João Granja avança que o Município de Braga será compensado financeiramente pelo número de atendimentos realizados no Centro de Atendimento a Imigrantes caso sejam cumpridos os objetivos mínimos, 3.500 atendimentos, com um montante de 7,50 euros até 31 de Maio de 2025. Quanto à atuação do executivo municipal, para João Granja a autarquia tem conseguido controlar a situação.
"Não é razoável ou expectável que se possa controlar as pessoas que entram no concelho, como se de um país se tratasse. Este é um trabalho delicado e que a câmara tem vindo a gerir, a meu ver, muito bem, através do sistema dos mediadores sociais, que cumprem um papel de diálogo e de ajuda na integração", adianta.
Braga é o 11º concelho do país com mais títulos de residência atribuídos, num total de 21.098. Um número que representa 50% dos casos registados no distrito, 48.808.