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Fonte: Global Imagens
Tiago Barquinha

Cultura 28.08.2020 08H14

Há quem não tenha vendido nada na Feira do Livro de Braga digital

Escrito por Tiago Barquinha
O evento arrancou a 3 de Julho e termina na próxima quinta-feira.
As palavras de Fernando Pais Moreira, proprietário da Angels Formula, Conceição Cunha, da Livraria Ponte dos Falcões, e Alcides Santos, da Livraria Senda.

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Pela primeira vez no digital, a Feira do Livro de Braga tem dividido opiniões entre os empresários do sector. A uma semana do fim do evento e na antecâmara da Feira do Livro do Porto, que começa esta sexta-feira, em regime presencial, há quem defenda que a autarquia de Braga tenha arranjado uma boa solução, mas há também quem não compreenda a opção pelo online.


No ciberespaço, o evento apresenta 20 expositores de livrarias espalhados pelas avenidas virtuais da cidade, onde os visitantes podem comprar livros através da plataforma Dott. Uma delas é a Angels Formula, que, na edição de 2019, vendeu cerca de 4 mil exemplares.


De acordo com o alfarrabista Fernando Pais Moreira, desta vez, os resultados têm sido bastante negativos. "Vendas este ano? Zero. Tivemos duas encomendas, mas infelizmente eram livros que já não tínhamos porque foram vendidos na loja". Apelidando de "pseudo-feira", o proprietário considera que a realização do evento em formato digital foi "um tiro no pé".


Fernando Pais Moreira "não compreende" por que razão a autarquia de Braga não avançou com o registo presencial, dando o exemplo da Feira do Livro do Porto, que vai apostar nesse regime. "Sempre achei que isto não ia dar em nada. Atendendo às conversas que já tive com colegas que também participam, os números podem não ser tão maus como os meus, mas não andam muito longe".


Não se reduziu a zero, mas a quantidade de vendas da Livraria Ponte dos Falcões teve um decréscimo significativo. Na edição do ano passado foram comprados mais de 100 exemplares. Em 2020, até agora, o número ronda os 15.


Se, por um lado, defende que a aposta no online foi mais vantajosa do que o cancelamento do evento porque, assim, "permitiu vender alguma coisa", Conceição Cunha refere que "havia tudo para se organizar uma feira do livro presencial". "Há outro tipo de vendas que também são presenciais. Não percebo o motivo de esta feira não ter sido assim”, acrescenta.


A proprietária adianta que as vendas foram feitas "sobretudo a pessoas fora de Braga", ao contrário do que costuma acontecer quando o evento se realiza no registo normal. “Quando é presencial, o público de Braga e arredores visita-nos e há mais vendas. Ter o contacto com ele, conversar e dar uma opinião sobre o livro que procura é muito melhor", explica.



Estreia-se na Feira do Livro de Braga com a venda de 90 exemplares


Por outro lado, a Livraria Senda, fundada em 2018, que opera na área da espiritualidade, estreia-se na Feira do Livro de Braga. Desde o início do evento, no dia 3 de Julho, já vendeu 90 livros, num total de 74 encomendas.


Numa altura em que “se está a virar cada vez mais para o mercado digital”, Alcides Santos considera que a migração para o online foi “uma boa aposta”. “Este ano, em tempos de pandemia, optámos por não participar em eventos presenciais”, refere, mostrando-se "satisfeito" pelos números alcançados no evento bracarense.

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