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Elsa Moura

Regional 15.09.2023 10H46

Guimarães prepara lançamento de ULS do Alto Ave

Escrito por Elsa Moura
Comissão reconhece desafio crescente, antecipa dificuldades no início previsto para janeiro de 2024, mas acredita que mudança será benéfica para todas as partes.

A 1 de janeiro de 2024 entrarão em funcionamento várias Unidades Locais de Saúde no país, entre elas a do Alto Ave, cuja preparação do documento que implica uma reforma do sistema atual ainda se encontra a decorrer, e prevendo-se desde já dificuldades no arranque.


Entretanto, esta quinta-feira, o presidente da autarquia, Domingos Bragança, convidou o presidente do Conselho de Administração do Hospital Senhora da Oliveira para a sessão de reunião de câmara, com o objetivo de colocar a vereação a par do que está a ser feito e do que se pretende com este novo modelo que vai trazer mudanças ao sistema. Henrique Capelas, da unidade hospitalar não tem dúvidas que a ULS é um modelo que vai trazer benefícios, privilegiando o cidadão, com o foco nos cuidados de saúde primários, com uma "integração" de serviços e uma "maior interligação entre os profissionais", deixando de "existir uma visão hospitalocêntrica".


Referindo-se ainda a um modelo centrado na saúde, “ao contrário do que temos que se foca na doença”, Henrique Capelas criticou o atual sistema “baseado na produção de atos médicos”, em que os hospitais são financiados por aquilo que produzem. “Gabamo-nos de fazer mais não sei quantas cirurgias, quando o que devia ser um orgulho era fazer menos operações, sinal de que a população estava com saúde”, ironizou.


O gestor do hospital vimaranense disse ser um admirador confesso desta reforma em curso, lembrando que Portugal só gasta 1,8% do orçamento da Saúde em medicina preventiva e que há países europeus em que essa despesa chega aos 10 a 15%. “Mas, a medicina preventiva, que é barata, tem fortíssimos inimigos. A nível europeu, o mercado do medicamento vale 600 mil milhões de euros”, aponta.


As explicações foram escutadas atentamente pelos responsáveis autárquicos. Do lado da oposição, Ricardo Araújo, vereador do PSD notou que o importante é melhorar a resposta aos utentes e informá-los sobre esta nova reforma. "O essencial é gestão de recursos públicos com a maior eficiência possível para assegurar um bom serviço de saúde aos vimaranenses. Temos de continuar a acompanhar de perto este projeto e a sua implementação", argumentou, aplaudindo a sessão de apresentação a que assistiu.


Já a vice-presidente socialista, Adelina Paula Pinto, não tem dúvidas que a implementação da Unidade Local de Saúde, congregando os serviços públicos de saúde prestados no Alto Ave, vai ser benéfica para a comunidade, mas reconheceu algumas dificuldades iniciais que possam surgir pela carga de trabalho associada a esta transformação e o tempo que falta até janeiro de 2024. A responsável assume também que é preciso intensificar a informação junto dos utentes. "Em janeiro a ARS desaparece e todos os serviços serão prestados pela ULS, portanto, acho que é um tempo muito curto e concordo que este é um processo crescente", disse. "Vamos assistir a duas unidades muito fortes e com formas de trabalhar muito diferenciadas e é um processo que vai ser lento e para o qual o município está absolutamente disponível. É uma mais-valia para os nossos munícipes e para a salvaguarda da sua saúde e bem-estar", acrescentou.




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