Guimarães é o primeiro município do norte e o segundo do país a aderir ao projeto ‘Reciclagem de Cápsulas de Café’. A iniciativa junta a VITRUS Ambiente e 12 marcas do setor sob a égide da Associação Industrial e Comercial do Café (AICC).

O sistema prevê a disponibilização de contentores, com a designação de ‘Descápsulo’, nas 48 juntas de freguesia, assim como em cerca de duas dezenas de espaços comerciais. 

De acordo com os dados referidos pelo presidente da empresa municipal, são produzidas cerca de 40 mil cápsulas por segundo, o que corresponde a mais de dois milhões por minuto. Nesse sentido e tendo em conta que, depois de usados, a maioria desses recipientes tem como fim o aterro sanitário, considera “importante” avançar com soluções.

Assim que entrou em contacto com o projeto, Sérgio Castro Rocha diz que o “abraçou de imediato”, destacando as parcerias com as juntas de freguesia e as superfícies comerciais. O próximo passo é alargá-lo às escolas, numa lógica de educação ambiental e sob o desígnio de “cada vimaranense ser um ecocidadão”.

Qualquer pessoa poderá depositar as cápsulas usadas, independentemente das marcas ou dos materiais de que sejam feitas - plástico ou alumínio e borra de café - para que sejam recicladas. Os invólucros de plástico ou de alumínio vão transformar-se noutros objetos e a borra do café será utilizada para composto natural, ou seja, fertilizante para enriquecer as terras agrícolas.

A secretária-geral da AICC, Claúdia Pimentel, explica que o objetivo é promover “uma reciclagem que seja o mais facilitada possível”, de modo a que as pessoas tenham “a possibilidade de depositar as cápsulas junto de casa”.

Projeto pretende inspirar-se em D. Afonso Henriques

Depois de Cascais, Guimarães é o segundo município a aderir ao projeto ‘Reciclagem de Cápsulas de Cafés’. Também na conferência de imprensa de divulgação, que decorreu, esta terça-feira, nos jardins do Centro Cultural Vila Flor, o presidente da Associação Industrial e Comercial do Café, Victor Manuel Martins, referiu que “não há nada melhor como começar a expansão da iniciativa na região norte a partir do berço da nação, procurando ter um caminho de desenvolvimento parecido com o do rei D. Afonso Henriques”.

A analogia entre a implementação deste sistema e a fundação de Portugal e o primeiro rei do país também foi vincada pelo presidente da Câmara Municipal, que é simultaneamente o presidente da Mesa da Assembleia-Geral da VITRUS Ambiente. Domingos Bragança considera que se pode tornar num "projeto referência”.

“O que se propõe aqui é ganhar o ambiente, o planeta Terra e Guimarães e fazer com que o concelho se afirme num caminho aberto pelo primeiro rei de Portugal e nos inspirou em mais conquistas. Vai ser uma conquista difícil, mas estamos cheios de alegria e de confiança”, afirma, acrescentando que “toda a gente vai ganhar economicamente” com o modelo referido.