A Comissão Municipal de Proteção Civil de Guimarães fez esta terça-feira um balanço positivo da atuação durante o apagão que afetou todo o país durante dez horas ao longo do dia de ontem. 

No Centro de Operações Integradas de Guimarães (COI), que serviu como base para agilizar as ações de resposta, a vereadora responsável pela Proteção Civil, Sofia Ferreira, destacou que a situação foi "inesperada" e obrigou a autarquia a "agir perante a adversidade". Durante a operação, a necessidade de garantir energia foi uma constante. "Ontem, a palavra 'gerador' terá sido a mais pronunciada aqui no nosso posto de comando", afirmou.

A vereadora explicou ainda que, na manhã de terça-feira, foi realizada uma reunião interna para começar a desenhar estratégias de reforço da autonomia energética em situações semelhantes. "Neste momento já estamos a fazer a identificação e a avaliação do que aconteceu. Mais importante ainda, iremos desenvolver este trabalho nos próximos tempos, para criar condições e mecanismos que nos permitam ter um grau de autonomia maior", sublinhou.

Joaquim Carvalho, diretor municipal da Intervenção no Território, Ambiente e Ação Climática, reforçou essa intenção, lembrando que se está a avançar com a criação de uma Comunidade de Energia. Esta iniciativa poderá permitir, no futuro, utilizar excedentes de produção para alimentar equipamentos críticos, embora, segundo o responsável, existam ainda limitações legais. O diretor municipal adiantou ainda que estão a ser estudadas soluções de armazenamento de energia, através de baterias, para maximizar a utilização da energia produzida. 

No que diz respeito ao trânsito e à rede semafórica, Joaquim Carvalho sugeriu a instalação de painéis fotovoltaicos como solução para garantir o funcionamento em situações de emergência. "Durante o dia, enquanto há sol, é possível manter os semáforos operacionais através de pequenos painéis fotovoltaicos. Já há autarquias que têm este sistema e nós já o usamos em algumas passadeiras. A ideia é agora multiplicar essa solução para garantir o funcionamento da semaforização em caso de falha de energia", explicou.

Apesar da gravidade do apagão, a resposta articulada dos serviços municipais e das corporações de bombeiros permitiu regularizar rapidamente a situação nas 48 freguesias do concelho.