Regional 17.04.2023 16H37
Governo quer estudar ligação do BRT à futura estação de alta velocidade de Braga
Teotónio dos Santos, administrador dos TUB, acredita que o concurso público para a implementação do BRT em Braga arranque até ao final do ano.
O administrador dos Transportes Urbanos de Braga acredita que o concurso público para a implementação do BRT em Braga deverá ser lançado atá ao final do ano. O Governo deu luz verde ao projeto, que contempla duas linhas, e incluiu-o no PRR, com uma dotação de 100 ME, comparticipados a 100%.
A empresa municipal será responsável pela execução do projeto. Em entrevista à RUM, Teotónio dos Santos garante que, para já, não estão previstas mais do que as linhas amarela e vermelha. No entanto, o responsável admite que o Governo pretende estudar, através deste sistema, a ligação de Braga a Guimarães e a ligação à futura estação de alta velocidade, que deverá ficar localizada entre as freguesias de Gondizalves e Semelhe.
“Neste momento, o que está acordado com o Governo é a introdução destas duas linhas, não mais do que isso. O Governo quer também estudar mais duas ligações, a ligação Braga-Guimarães e a ligação à alta velocidade em Braga, onde se localizará a futura estação do TGV”, explicou.
Logo que termine o período de consulta pública, o concurso público para a implementação do BRT em Braga poderá avançar, sendo expectável que tal aconteça até ao final de 2023.
“Neste momento, a bola ainda não está do nosso lado, estamos à espera que seja feita a
consulta pública para depois podermos concorrer efetivamente ao PRR. Estamos ainda a verificar exatamente o nível de exigência do projeto, qual é a tramitação, para possivelmente até ao final do ano podermos ter os documentos prontos para poder avançar, porque o PRR exige que o projeto esteja pronto durante o ano de 2026”, adiantou.
Linha amarela será a primeira a avançar
Nesta primeira fase serão construídas duas linhas, sendo que a primeira a avançar será a amarela, “que tem cerca de seis quilómetros e dez estações e fará a ligação entre o Minho Center até à estação da CP, passando pela Avenida António Macedo, Padre Júlio Fragata e Frei Bartolomeu dos Mártires”. Este trajeto, afirma o administrador, “vai ajudar a transformar o que hoje é uma autoestrada urbana numa avenida mais amigável, melhorando claramente a circulação de transporte público”. “O objetivo é claramente ajudar à transição modal para um transporte coletivo limpo e reduzir o número de veículos individuais a circularem na cidade”, acrescentou.
A Linha Vermelha terá cerca de 6,2 km e dez estações, contará também com interface com o transporte
ferroviário e ligará à Universidade do Minho e ao Hospital. Contribuirá para a resolução da fratura
urbana no eixo da Avenida Imaculada Conceição, Avenida João XXI e Avenida João Paulo II.
Serão adquiridos dez autocarros elétricos ou a hidrogénio, com capacidade para “entre 120 a 150 passageiros, dependendo das marcas e da capacidade da bateria”. “Cinco autocarros vão circular na linha vermelha e três na linha amarela, sendo que há duas viaturas de reserva.
Os TUB estão neste momento a concluir o estudo de inserção urbana para avaliar em definitivo a introdução das linhas do BRT no centro da cidade. O projeto está orçado em 100 ME e será comparticipado na totalidade pelo PRR, sendo que esta verba inclui a aquisição dos autocarros, as obras, o parque de material e oficinas e os sistemas de carregamento. Neste momento, a empresa municipal não consegue estimar os custos mensais de eletricidade que o sistema vai implicar, porque o preço da eletricidade tem variado muito. No entanto, em Espanha a implementação do mesmo sistema custou 55 milhões de euros, para um traçado de dez quilómetros e aquisição de 13 autocarros. Em quatro meses, a conta da eletricidade aproxima-se dos 66 mil euros.
O BRT é já há muito uma ambição do executivo liderado por Ricardo Rio, sendo que os TUB começaram por realizar um estudo de viabilidade, que custo 160 mil euros. A empresa municipal adjudicou, em dezembro de 2021, à empresa VTM – Consultores de Engenharia e Planeamento Lda, um estudo de procura para a implementação do BRT, que custou 70 mil euros. O objetivo era conhecer os hábitos de mobilidade. Em 2022, a empresa adjudicou, por cerca de 20 mil euros, um serviço de contagem de veiculares, à empresa Dataland, Lda. O estudo do traçado e de inserção urbana, que ainda não está concluído, custou cerca de 72.500 euros e foi entregue à empresa Engimind.