ºC, Braga
Braga

Max º Min º

Guimarães

Max º Min º

Novas regras deverão entrar em vigor no próximo ano letivoGetty Images 
Redação

Nacional 04.07.2025 08H32

Governo aprova proibição do uso de telemóveis nas escolas até ao 6ª ano 

Escrito por Redação
Na segunda-feira, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, já tinha adiantado que o Governo estaria a preparar a proibição do uso de 'smartphones' para os 1.º e 2.º ciclos, tornando regra a recomendação feita no ano passado, "independentemente da natureza da instituição", ou seja, para público e privado.

O Governo aprovou esta quinta-feira a proibição do uso de telemóveis nas escolas até ao 6ª ano de escolaridade e a revisão da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, medidas que vão entrar em vigor a partir do próximo ano letivo.


Em comunicado, o Conselho de Ministro avança que foi aprovado um decreto-lei que "regula a utilização, no espaço escolar, de equipamentos ou aparelhos eletrónicos com acesso à internet, como smartphones, proibindo o seu uso pelos alunos do 1.º e do 2.º ciclos do Ensino Básico, a partir do próximo ano letivo".


Segundo o Governo "a adoção de medidas de proibição ou de restrição tem em conta os resultados do estudo do Centro de Planeamento e de Avaliação de Políticas Públicas sobre as recomendações emitidas pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação, em setembro de 2024, relativas à utilização de smartphones nos recintos escolares".

O comunicado refere ainda que foi aprovada "a revisão da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, com entrada em vigor a partir do ano letivo 2025/2026".


Na conferência de imprensa realizada no final do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência já tinha dado conta da aprovação de uma deliberação sobre o uso de 'smartphones' nas escolas, mas sem precisar em que ciclos de ensino, e da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, remetendo mais detalhes sobre os diplomas aprovados para uma conferência de imprensa que o ministro da Educação, Ciência e Inovação deverá realizar no início da próxima semana.


Segundo as conclusões do estudo do Centro de Planeamento e de Avaliação de Políticas Públicas, divulgado esta quinta-feira, mais de metade das escolas que proibiram o uso de 'smartphones' relataram uma diminuição do 'bullying' e da indisciplina do 2.º ciclo ao secundário, e na esmagadora maioria os alunos passaram a socializar mais durante os intervalos, a realizar atividade física e a usar os espaços de jogos no recreio.


Na segunda-feira, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, já tinha adiantado que o Governo estaria a preparar a proibição do uso de 'smartphones' para os 1.º e 2.º ciclos, tornando regra a recomendação feita no ano passado, "independentemente da natureza da instituição", ou seja, para público e privado.


No ano passado, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação recomendou a proibição de 'smartphones' do 1.º ao 6.º ano de escolaridade, ou seja, até aos 12 anos e o uso limitado no 3.º ciclo.

Segundo o estudo, apenas 21,3% das escolas do 1.º ciclo não adotaram a recomendação e 59,1% das escolas de 2.º ciclo também não o fizeram.


No 3.º ciclo, 24,9% proibiram o uso desses equipamentos, medida adotada por apenas 7,6% das escolas secundárias.


Os maiores impactos na redução do bullying e indisciplina foram relatados pelas escolas que optaram pela proibição, sobretudo no 2.º ciclo (59% e 53,6%, respetivamente), no 3.º ciclo (57,8% e 57,4%) e no secundário (55,6% e 59,5%).


Por outro lado, os diretores partilharam dificuldades na fiscalização e implementação das normas, sobretudo nas escolas onde coexistem diferentes níveis de ensino, e defenderam que a implementação deve ser feita de forma faseada e com uma fase de sensibilização.


Muito recentemente, em duas escolas de Braga, quatro psicólogos abordaram a temática junto de estudantes, professores e pais. Refletir sobre o tempo que passamos online no telemóvel pode ser o primeiro passo para alterarmos comportamentos menos benéficos para a nossa saúde e para a nossa vida familiar e social.


c/Lusa

Deixa-nos uma mensagem