‘Identidade, Memória, Fronteira’ é o mote da 9.ª edição do Festival Internacional de Documentário de Melgaço (MDoc), que decorre de 31 de julho a 6 de agosto, e conta com 32 filmes, 10 deles portugueses. 

À RUM, Carlos Eduardo Viana, da associação ‘Ao Norte’ que organiza o festival com a autarquia local, fala de programa "intenso e de grande qualidade". Este ano, estão 22 longas-metragens e 10 curtas a concorrer aos prémios Jean-Loup Passek e D. Quixote.

'Trilogia dos Vales' de Nuno Alves e Filipe Barreiro, 'The Invisible Hands' de Hugo Santos, 'Territórios Ocupados' de José Vieira, 'Margot' de Catarina Alves Costa, 'As Maças Azuis' de Ricardo Leite, 'Astrakan 79' de Catarina Mourão e 'Cesária Évora' de Ana Sofia Fonseca são as longas-metragens portuguesas a concurso. Já nos internacionais, destaque para 'All That Breathes' de Shaunak Sen, documentário nomeado para os Óscar este ano, ou 'Silent House' de Farnaz Jurabchian e Mohammadreza Jurabchian, um filme onde os realizadores traçam um retrato intimista de uma casa e uma família, através de uma revisita aos arquivos das suas diferentes gerações. 

Nota ainda para 'The Visitors de Veronika Lišková', filme seleccionado para a 75ª edição do Festival de Cinema de Locarno na seção Semaine de la Critique, que aborda aspetos antropológicos de uma pequena cidade em constante mudança no norte da Noruega e a pressão sentida pelos estrangeiros que aí trabalham, 'Thiiird de Karim Kassem' e 'And, Towards Happy Alleys' de Sreemoyee Singh e Dreams’ Gate de Negin Ahmadi.

Nas curtas e médias metragens, chegam de Portugal 'Tanganhom' de Vítor Covelo, '2720' de Basil da Cunha e 'Death of a Mountain' de Nuno Escudeiro. No plano internacional nota para 'Taxibol' de Tommaso Santambrogio, 'Budapest Silo' de Zsófia Paczolay, 'When a Rocket Sits On The Launch Pad' de Bohai Liu e 'Will You Look At Me' de Shuli Huang, vencedor da Queer Palm para a melhor curta-metragem em 2022, um documentário que revela o abismo emocional entre a mãe e o filho à procura da sua identidade.

Festival Internacional de Documentário de Melgaço conta com exposições e oficinas

Carlos Eduardo Viana evidencia a "relação estreita com o território" que o festival promove, nomeadamente através das "diversas atividades e diálogos com a comunidade local".

A par dos documentários a concurso, a nova edição conta com o já habitual curso de verão Fora de Campo, este ano dedicado ao tema 'Cinema Autobiográfico', com a coordenação de José da Silva Ribeiro, Alfonso Palazón Meseguer e Manoela dos Anjos Afonso, uma oficina de realização de cinema com telemóvel com Vítor Hugo Costa e uma exposição sobre o cinema alemão entre os anos 1910 e 1930.

A programação conta ainda com uma masterclass de Maythem Ridha (Contos do Iraque - a interface híbrida entre realidade e ficção). As residências cinematográfica e fotográfica Plano Frontal vão produzir quatro documentários e três projetos fotográficos sobre o território, estando ainda previstas as estreias dos trabalhos realizados na edição de 2022.

A nona edição contará com a presença de vários realizadores como Catarina Mourão, Ricardo Leite, Basil da Cunha, Zsófia Paczolay, Farnaz Jurabchian, entre outros. Serão atribuídos os Prémios Jean-Loup Passek à melhor 'longa' internacional, à melhor 'curta' e ao melhor documentário português, além de outros galardões, para o melhor cartaz de cinema e o Prémio D. Quixote atribuído pela Federação Internacional de Cineclubes.