Cultura 07.07.2025 19H23
Festival Extremo propõe peregrinação guiada pela música na fronteira entre Braga e Guimarães
A iniciativa invade o Monte da Falperra com iniciativas desde Capela de Santa Marta das Cortiças até a Capela de Santa Maria Madalena.
O Monte da Falperra acolhe no próximo dia 26 de julho, o Festival Extremo. A iniciativa pretende ser uma curta peregrinação guiada pelo sol que cruza música, arte e paisagem, na fronteira entre Braga e Guimarães.
Entre as atividades, estão programadas, oficinas, instalações e concertos que se estendem desde o nascer ao pôr do sol. O percurso começa na Capela de Santa Marta das Cortiças e termina na Capela de Santa Maria Madalena, “passando por mais duas capelas no meio do caminho”, explica a presidente da Capivara Azul – Associação Cultural, Luísa Alvão, que organiza a iniciativa.
Segundo a responsável, o festival é “um convite às pessoas para virem usufruir do espaço” através de um programa artístico que utiliza a arte como “mediador com a natureza”. “Tem a ver com um conceito de peregrinação, dando também atenção à espiritualidade do sítio onde estamos”, vinca.
Na apresentação do evento, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio salientou que este é um projeto que “remete para a fronteira dos dois concelhos”, na área da cultura, que “tem estado na vanguarda dessa relação próxima entre Braga e Guimarães ao longo dos últimos anos”. Para o autarca, este festival, que contou com um aporte de 80 mil euros da Câmara, vai “ser benéfico para os dois concelhos, para as populações”, sendo um fator de atração às dinâmicas culturais dos dois concelhos.
Já o vereador de Guimarães, com o pelouro da Cultura, Miguel Oliveira, espera que a parceria possa repetir-se em outras áreas. Para o autarca vimaranense quando se fala em cultura, “não há fronteiras, é a coesão territorial que está em causa”, sublinhando que os concelhos têm “sabido fazer o seu caminho para prosperidade das suas comunidades”.
Programa estende-se do nascer-do-sol ao pôr-do-sol
O cartaz arranca com o nascer do sol, segui de uma performance-manifesto construída por Cody XV, pelas 6h00. Segue-se às 07h00 o concerto Dies Irae, de Maria W Horn, na capela de Santa Marta das Cortiças, apresentado em formato inédito, com quatro cantoras portuguesas: Mariana Caldeira Pinto, Maria João Vieira Leite, Mariana Vital e Maria Bustorff.
A partir das 8h00, uma caminhada percorre o monte da Falperra, com as performances do coletivo portuense Berru, às 8h30, e da artista sonora e investigadora Cláudia Martinho, pelas 9h30. No final da caminhada, junto da capela de Santa Marta do Leão, o público pode assistir aos concertos de Alexandre Centeio, pelas 11h30, e da multi-instrumentista e artista sonoro, e Gordan, às 12h30, trio que propõe uma fusão entre as vozes tradicionais dos Balcãs.
O cartaz de apresentações regressa pelas 18h30, com um Concerto Para Olhos Vendados, por Luís Antero, experiência sensorial que terá como palco a capela de Santa Maria Madalena da Falperra. Já a compositora Clothilde apresenta-se pelas 19h30, no mesmo local, "antecipando o pôr-do-sol", ressalta Luísa Alvão.
À noite, sobem ao palco, junto da capela de Santa Marta do Leão, Ghosted, a partir das 22h00 e William Basinski, às 23h15. O Extremo encerra a programação com um Live Act, às 00h40, a cargo de M3STR, produtor e DJ emergente do Porto, com curadoria da comunidade artística independente de música eletrónica, Dark Sessions, nascida em Braga.