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Liliana Oliveira

Cultura 18.09.2025 15H22

Exposição de Pierpaolo Mittica “reflete as consequências contínuas de Chernobyl"

Escrito por Liliana Oliveira
Com curadoria de Alexia Alexandropoulou, mostra estará patente até 2 de novembro, no exterior do Museu D. Diogo de Sousa.
Declarações da curadora Alexia Alexandropoulou e do diretor dos EI, Manuel da Cunha Santos

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“Chernobyl, 40 Years After” foi a primeira exposição fotográfica a ser inaugurada, esta quinta-feira, no âmbito da 35.ª edição dos Encontros da Imagem.

Treze fotografias estão agora expostas nas paredes exteriores do Museu D. Diogo de Sousa, em Braga, lembrando o desastre, que continua a afetar vidas em toda a Europa Oriental. O impacto a longo prazo continua a ser significativo: hoje, nove milhões de pessoas ainda vivem em áreas altamente contaminadas, consumindo alimentos e água irradiados, com 80% da população afetada por problemas de saúde crónicos.

A mostra pretende lembrar a catástrofe, mas mais do que o aspeto histórico, evidencia o impacto que teve para a população.


Da autoria de Pierpaolo Mittica, com curadoria de Alexia Alexandropoulou, a exposição “reflete as consequências contínuas de Chernobyl”. “No dia 26 de abril de 1986, o reator número 4 do Chernobyl explodiu e espalhou energia radioativa em toda a Europa, isso afetou muitas pessoas”, recordou a curadora. Alexia Alexandropoulou refere ainda que o que torna esta exposição diferente “é que não se foca muito no aspeto histórico”, mas sim no facto de ser “uma catástrofe contínua” e nas “consequências que as pessoas tiveram que enfrentar”. “Há uma fotografia em que se vê um recém-nascido no hospital, crianças a brincar no exterior e há a diferença entre o interior e o exterior, onde podemos ver como as casas foram abandonadas. Os artistas querem focar o impacto atual desta catástrofe”, detalhou.


Manuel da Cunha Santos, diretor dos Encontros da Imagem, diz que “a fotografia tem sempre um motivo que norteia a captação das imagens”. “Esta exposição resulta de um prémio e aborda a herança de Chernobyl”, acrescentou. Manuel da Cunha Santos lembra que esta é “uma exposição que está sempre aberta”, uma vez que se encontra no exterior do museu. “Foi uma abordagem que tivemos que fazer por falta de espaços, alguns icónicos, que estamos impedidos de usar por causa de obras do PRR, como o Museu da Imagem, Casa dos Crivos e a Galeria da Universidade”, apontou ainda.


“Chernobyl, 40 Years After” estará patente no Museu D. Diogo de Sousa, até 2 de novembro. A mostra pretende documentar o legado do desastre, as suas cicatrizes visíveis e invisíveis, além de projetar uma região onde a catástrofe continua a desenrolar-se. A invasão russa da Ucrânia em 2022, que começou com a ocupação da zona de exclusão de Chernobyl, reacendeu os receios globais de outra crise nuclear e trouxe mais devastação às comunidades locais.

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